Como o urso coala consegue prever quando vai mudar para calor
Um estudo observou como o coala consegue prever a mudança do clima para calor e regular suas temperaturas corporais antes dos dias quentes ou frios.
A líder da pesquisa, Valentina Mella, afirmou que essa capacidade de regular a temperatura do corpo sugere que os coalas conseguem prever o calor pelas condições do dia durante a manhã.
Durante três semanas, pesquisadores da Universidade de Sidney, na Austrália, observaram coalas que habitam o noroeste do estado de Nova Gales do Sul, na Austrália, durante o período mais quente de 2019.
No dia mais quente, que chegou a 40,8º C, os cientistas constaram a maior temperatura corporal em coalas, de 48,8º C. No entanto, na mesma manhã, o estudo registrou a menor temperatura corporal em um coala: 32,4º C. Isso sugere que a espécie regula a temperatura corporal em um nível muito superior atualmente.
“Essa autorregulação requer que um coala consiga prever, na noite anterior, a chegada de dias de calor extremo, ajustando a sua temperatura corporal de acordo”, diz a pesquisadora.
Os resultados do estudo indicam um alinhamento entre a temperatura do ar e a temperatura corporal dos coalas. “O que nos surpreendeu foi que os coalas ‘permitiram’ uma flutuação da média de temperatura corporal com base em condições ambientais, sendo uma possível tática de adaptação para preservar a água no corpo”, afirma Mella.
Ainda de acordo com a pesquisadora, essa autorregulação da temperatura corporal tem um papel importante nas técnicas para sobreviver em dias mais quentes.
Risco
Os pesquisadores destacaram que todos os coalas observados continuaram vivos seis meses após o estudo, sinalizando a técnica de sobrevivência.
No entanto, com o aumento do calor devido às mudanças climáticas, essa capacidade do coala pode ser um risco. Temperaturas acima de 40º C podem ser fatais para mamíferos como o coala, diz o estudo.
“Modelos climáticos globais preveem que o clima seco e quente vai aumentar, assim como períodos de seca, em duração, impacto e frequência. Com isso, os coalas vão chegar ao seu limite termal”, diz o estudo. Assim, reforça a importância de medidas que contenham a crise climática para garantir a sobrevivência dos coalas.