Os processadores Ice Lake da Intel ainda não chegaram no mercado, mas depois de cinco anos de previsões e atrasos, a Intel finalmente colocou algumas das CPUs de 10nm nas mãos de jornalistas durante a semana passada.
A companhia afirma que essa geração de processadores ajudará a redefinir “o que é possível em um notebook fino e leve”. Especificamente, devemos ver melhorias significativas na autonomia de bateria, performance térmica e velocidade.
Não conseguimos testar essas duas primeiras afirmações, mas pudemos ver a última delas. Embora os ganhos de velocidade que registramos para tarefas intensivas não foram surpreendentes, as melhorias gerais na GPU parecem bastante extraordinárias.
Pertinho da sede da Intel, em uma sala de conferências do hotel Marriot em Santa Clara, nos Estados Unidos, testamos o novo processador i7-1065G7 série-U, com quatro núcleos e placa gráfica Iris Plus integrada (falaremos mais sobre ela adiante).
Este processador de ponta é daqueles que você encontrará em dispositivos do novo Projeto Athena da Intel – pense em um Dell XPS 13 2-em-1 que foi mostrado em maio, por exemplo. A marca Ice Lake cobre a típica série-U que é encontrada na maioria dos notebooks populares como o já mencionado XPS 13, as linhas Spectre e Envy da HP, os Thinkpads da Lenovo e os últimos MacBook Pro da Apple.
As CPUs da série-Y são reservadas para dispositivos mais finos e mais experimentais, como o MacBook Air e os HP Spectre Folio.
Para os nossos testes, a Intel nos permitiu utilizar uma máquina interna de desenvolvimento de software com Windows 10 rodando o Intel i7-1065G7 de 10ª geração, 8 GB de RAM, SSD de 256 GB e tela 4K.
Escolhemos comparar sua performance com dois dispositivos que possuem especificações similares: o Huawei MateBook X Pro (2019) e o HP Envy 13. Ambos possuem GPUs integradas Intel HD 620, mas também são vendidas com a cada vez mais popular Nvidia MX250.
Colocamos os computadores em uma série de testes padrão de benchmark e em todos eles o dispositivos da Intel superaram os competidores, apesar dos modelos da Huawei e HP terem o dobro de RAM.
No Blender (um software de gráficos 3D), os testes de benchmark avaliam a velocidade da CPU e GPU enquanto renderiam uma imagem 3D, e a máquina da Intel se saiu melhor. O mesmo valeu para um benchmark utilizando o Handbrake (um aplicativo de conversão de vídeo).
Em um teste de gráficos no Civilization VI, a máquina da Intel renderizou os quadros mais rápido do que as outras duas máquinas, na média. O computador da fabricante de processadores conseguiu até lidar com o Overwatch, entregando uma média de 40 quadros por segundo em um teste que a gente geralmente não roda em máquinas que não possuem um GPU dedicada.
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O único teste que o dispositivo da Intel não conseguiu superar os concorrentes com hardware da geração anterior foi nos testes com o WebXPRT 2015. Isso, no entanto, deve ter acontecido devido à velocidade da internet em que cada máquina foi testada. Nós utilizamos a máquina da Intel em um ambiente de hotel, com muitos dispositivos conectados, o que é diferente do cenário que temos definido na redação do Gizmodo.
Quando visualizamos as tarefas intensivas para a CPU, o novo processador da Intel se mostrou um pouco melhor – um aumento de performance padrão para aquilo que esperamos dos produtos lançados a cada ano.
O que foi excepcional foram os resultados com benchmarks intensivos da GPU. Jogar, em particular, pareceu ser bem melhor na máquina nova. A performance gráfica da CPU de 10ª geração foi, em média, duas vezes mais rápida daquela encontrada na 8ª geração, e um apenas um pouco mais lenta do que a encontrada na placa dedicada Nvidia MX250.
E reparem que a MX250 não pode ser encontrada em dispositivos de 13 polegadas ou menores – não sem comprometer o tamanho geral. Isso significa que jogar, sem ter tantos prejuízos de desempenho, finalmente será possível em notebooks de 13 polegadas ou mais portáteis.
E isso é bem importante. Representa também uma mudança de ritmo. A Intel parecia não ter praticamente nenhuma melhoria mensurável no desempenho da GPU nos últimos anos. Quem quisesse esse tipo de desempenho, precisava investir em um laptop gamer ou em um desktop. Agora, haverá a opção de notebooks com a CPU Ice Lake.
Mas a performance pode variar. Se você voltar para a lista das CPUs Ice Lake, verá que há uma letra “G”e depois um “1”, “4” ou “7” depois do número do processador. O “G” significa “gráficos”, e os números a qualidade em potencial deles. O “1” é associado com a CPU ter 32 unidades de execução (EUs), o “4” é associado com 48 EUs e o “7” com 64 EUs. As unidades de execução, neste caso, estão se referindo aos elementos da CPU dedicadas à tarefas gráficas intensas. Quanto maior, melhor.
O quão bem os processadores mais baratos e menos poderosos irão se sair em tarefas gráficas intensas ainda precisa ser investigado. A máquina da Intel não é um reflexo daquilo que veremos nas lojas. Tratava-se de um dispositivo feito para ter uma ideia geral das melhorias de performance.
Os maiores avanços da Intel estão relacionados com temperatura e autonomia de bateria, e não conseguimos ter uma noção do quanto isso foi melhorado. Só poderemos verificar esses itens quando os primeiros notebooks com esses processadores começarem a ser vendidos no próximos meses.
Por enquanto, o melhor é esperar e não comprar um notebook novo. Se você se importa com jogos, ou simplesmente quer uma máquina que tem boa performance por mais tempo, valerá a pena esperar até que os primeiros computadores com a CPU de 10ª geração surjam nas lojas.