EUA incluem empresa de espionagem israelense em lista de restrição

No início do ano, a empresa foi acusada de fazer negócios com governos autoritários, vendendo um spyware para monitorar jornalistas, ativistas e políticos de oposição
Imagem: Joel Saget/AFP (Getty Images)
Imagem: Joel Saget/AFP (Getty Images)

Os Estados Unidos incluíram o NSO Group em uma lista de corporações com restrições de negociações comerciais. A empresa em questão é conhecida por fabricar o “Pegasus”, spyware capaz de ter acesso a mensagens, câmera e microfone de dispositivos móveis. O grupo sempre afirmou que só comercializa seus produtos com militares, órgãos de segurança pública e países que tenham um bom histórico na luta pelos direitos humanos.

Apesar de todo esse discurso, há alguns meses atrás, a empresa foi acusada de fazer negócios com governos autoritários que utilizavam o Pegasus para monitorar jornalistas, ativistas e até mesmo políticos de oposição. O jornalista saudita e colunista do Washington Post Jamal Khashoggi foi um dos alvos de espionagem por meio do software espião do NSO Group. Khashoggi era crítico ao regime ditatorial saudita e foi assassinado dentro da embaixada da Arábia Saudita na Turquia. Existem indícios de que o celular de sua noiva foi invadido pelo spyware.

Na Índia, Rahul Gandhi, líder da oposição e principal adversário do primeiro-ministro Narendra Modi, foi espionado pelo spyware. As informações foram divulgadas por um consórcio internacional formado por 17 veículos jornalísticos.

Em maio deste ano uma reportagem do portal UOL revelou que o governo brasileiro estava em negociações para abrir um processo licitatório para aquisição do software espião junto ao NSO Group. A matéria ainda mostra que Carlos Bolsonaro, vereador do município do Rio de Janeiro e filho do presidente, esteve envolvido nas negociações, mas que desagradou integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), já que negociações a nível federal e que tratam de segurança de estado estão completamente fora de suas atribuições.

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O software espião invade os celulares por meio de uma prática conhecida como “phishing”, quando o usuário é induzido a clicar em links recebidos por mensagens. Ao interagir com a url maliciosa, o usuário está vulnerável às ações do programa. O Pegasus pode ter acesso a todo tipo de informação que esteja no aparelho celular, e até mesmo dados de geolocalização.

Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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