Facebook pode ser investigado por suspeita de racismo ‘sistêmico’ em contratações

É mais uma ação movida contra a rede social por supostas práticas que não promovem a diversidade racial na companhia.
Imagem: Denis Charlet (Getty Images)
Imagem: Denis Charlet (Getty Images)

As práticas de contratação e promoções do Facebook estão sob investigação federal após relatos de preconceito racial generalizado. A Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego dos EUA (EEOC, na sigla em inglês) lançou uma investigação “sistêmica”, indicando que suspeita que as políticas internas da companhia podem estar contribuindo para uma cultura de discriminação de cargos de cima para baixo.

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Em julho, Oscar Veneszee Jr., gerente do programa de operações do Facebook, registrou uma reclamação junto à EEOC junto com dois candidatos que ele recrutou e que, posteriormente, a empresa rejeitou. Um terceiro candidato rejeitado juntou-se ao caso em dezembro. Veneszee Jr. é um homem negro.

A queixa alega que a empresa não oferece oportunidades iguais de carreira para seus trabalhadores negros, emprega avaliações subjetivas que promovem estereótipos raciais e discrimina os candidatos pretos. Os autores da queixa disseram ao site NPR que o texto foi apresentado em nome de “todos os funcionários e candidatos pretos a um cargo no Facebook”.

As informações foram relatadas pela Reuters na última sexta-feira (5), destacando que o caso poderia abrir caminho para uma ação coletiva no futuro. A agência já havia destacado casos de suposta discriminação no local de trabalho do Facebook – as reclamações geralmente eram resolvidas por meio de mediação ou facilitando processos judiciais contra empregadores. No entanto, a EEOC não trouxe acusações específicas contra o Facebook neste momento, e sua investigação, que deve durar meses, pode muito bem não resultar em nada.

Essa não é a primeira vez que o Facebook foi criticado por sua falta de diversidade. De acordo com o relatório de diversidade mais recente do Facebook, apenas 3,9% da força de trabalho da empresa nos EUA é composta por pessoas pretas, e esse número cai para 3,4% entre os cargos de liderança.

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Em novembro de 2019, uma dúzia de funcionários anônimos publicou uma postagem no Medium expondo a discriminação e o racismo que vivenciaram enquanto trabalhavam no Facebook. Uma atualização publicada algumas semanas depois detalhou a reação da alta cúpula após o primeiro post se tornar viral, bem como o pedido de desculpa que a empresa divulgou, em vez de qualquer compromisso significativo para promover uma cultura empresarial que atrairia e reteria trabalhadores negros.

Em 2018, um ex-gerente do Facebook, Mark Luckie, publicou um memorando na rede social enviado a colegas em seu último dia de trabalho acusando a empresa de “falhar com seus funcionários e usuários negros”. Talvez não por coincidência, o Facebook removeu a postagem por um breve período de tempo por violar os padrões da comunidade, mas depois reverteu a decisão.

O porta-voz do Facebook, Andy Stone, recusou o pedido da Reuters para comentar as alegações ou o status da investigação da EEOC, mas disse que “é essencial fornecer a todos os funcionários um ambiente de trabalho respeitoso e seguro”. Ele ainda afirmou que “levamos a sério qualquer denúncia de discriminação e investigamos todos os casos”. O Gizmodo US também procurou o Facebook para falar sobre o assunto, mas ainda não obteve uma resposta. Atualizaremos a notícia caso isso aconteça.

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