Foguete de US$ 1,5 bilhão é destruído após falha em motor no Japão

Foguete da Agência Espacial do Japão levou 10 anos para ser construído e tinha o objetivo de substituir o H-2A, principal espaçonave do país
Foguete japonês de US$ 1,5 bilhão é destruído após falha em motor
Imagem: JAXA/Reprodução

O foguete H3, da JAXA (Agência Espacial do Japão), se autodestruiu em seu primeiro voo depois de uma falha no motor de segundo estágio, nesta terça-feira (7). As três toneladas de detritos caíram em uma região remota do oceano a centenas de quilômetros ao leste das Filipinas.

A espaçonave, que custou US$ 1,5 bilhão e levou 10 anos para ficar pronta, levava mantimentos para a ISS (Estação Espacial Internacional) e o satélite de observação ALOS-3, tecnologia para gerenciar desastres terrestres e um sensor infravermelho para detectar lançamentos de mísseis balísticos. Tudo se perdeu na explosão. 

Do lançamento, no centro espacial de Tanegashima, ao sudoeste do Japão, até a destruição foram menos de cinco minutos. O foguete só conseguiu subir 630 quilômetros e desacelerou quando o motor do segundo estágio não funcionou. 

A JAXA, que transmitia a decolagem em uma live, trocou as imagens por um aviso: “Estamos verificando o status no momento. Por favor, aguarde”. Quando a live recomeçou, o centro de comando anunciou que enviou um sinal de autodestruição para o foguete após uma falha no motor. 

“Como o motor do segundo estágio não disparou, não havia perspectiva de entrar na órbita especificada”, disse a agência espacial japonesa. Os controladores emitiram o comando de destruição ao determinar que “não havia possibilidade de cumprir a missão”.

A JAXA afirmou que um conselho vai investigar a causa da falha. “Vamos investigar o mais rápido possível”, disse a ministra japonesa da Ciência e Tecnologia, Keiko Nagaoka. “Formular contramedidas e responder com todas as nossas forças e com senso de urgência, cooperando com organizações relacionadas para que possamos atender às expectativas do foguete H3”. 

Foguete mais barato

A JAXA tinha a expectativa de que o H3 se tornasse uma alternativa mais econômica e com mais capacidade que o H-2A. A espaçonave acumulou uma taxa de sucesso de 98% em 55 missões desde 2001. 

Com o H3, o preço de produção do Japão cairia pela metade, uma vez que o foguete tem um motor mais simples e de baixo custo, com peças impressas em 3D. 

Todo o planejamento e engenharia do modelo tinham como objetivo colocar satélites comerciais e governamentais em órbita, além de ser um meio de transporte mais barato para levar mantimentos à ISS. Outro objetivo era que o H3 se tornasse, a médio prazo, um concorrente do Falcon9, da SpaceX

Essa foi a segunda falha do H3. Em fevereiro, o foguete não conseguiu deixar a plataforma de lançamento. À época, a JAXA disse que havia uma anomalia nos propulsores dos foguetes sólidos na lateral da espaçonave. Mais tarde, a agência confirmou que se tratava de um problema com o sistema elétrico que fornece energia para o motor principal. 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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