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Huawei, ainda na lista de entidades dos EUA, planeja demitir centenas de funcionários no país

As demissões devem atingir a Futurewei Technologies, unidade de pesquisa e desenvolvimento da Huawei, que emprega cerca de 850 pessoas nos EUA.

Crédito: Andy Wong/AP

A empresa de tecnologia chinesa Huawei planeja demitir centenas de trabalhadores norte-americanos depois de entrar para uma lista restritiva do Departamento de Comércio dos EUA que prejudicou sua capacidade de fazer negócios com o país, informou o Wall Street Journal no domingo (14).

As demissões devem atingir a Futurewei Technologies, uma unidade de pesquisa e desenvolvimento da Huawei com divisões na Califórnia, Texas e Estado de Washington, que emprega cerca de 850 pessoas, segundo o jornal. Fontes disseram que centenas de empregos devem ser perdidos, apesar de alguns cidadãos chineses terem “a opção de voltar para casa e permanecer na empresa”:

Os funcionários da Futurewei têm enfrentado restrições para se comunicar com colegas nos escritórios da Huawei na China após a decisão do Departamento de Comércio de 16 de maio de colocar a Huawei na Lista de Entidades, que impediu que as empresas fornecessem tecnologia proveniente dos EUA à Huawei sem licença, de acordo com essas pessoas.

Vários funcionários já foram notificados de sua demissão, enquanto cortes adicionais planejados podem ser anunciados em breve, disseram essas pessoas.

Em maio, o governo Trump acrescentou a Huawei e 68 afiliadas a uma “Lista de Entidades” que restringia transferências de tecnologia dos EUA para a empresa sem aprovação do governo em meio a advertências da comunidade de inteligência de que a empresa, maior fornecedora de equipamentos de telecomunicações do mundo, poderia atuar como um proxy para agências de espionagem chinesas.

Outras ações dos EUA contra a Huawei incluem alegações de furto comercial, fraude e violações de sanções ao Irã – tudo isso ocorrendo paralelamente a uma guerra comercial entre Estados Unidos e China que resultou em prejuízos econômicos para os dois lados. A Huawei obviamente nega as alegações e acusa os EUA de estarem recorrendo a práticas comerciais injustas porque ela está superando as empresas norte-americanas.

Embora Donald Trump tenha dito recentemente, após uma reunião com o presidente Xi Jinping, que flexibilizaria as sanções à Huawei, o secretário de Comércio Wilbur Ross esclareceu que o departamento só emitirá licenças em casos em que “não há ameaça à segurança nacional dos EUA”. O presidente da Huawei, Liang Hua, disse recentemente a repórteres em Shenzen, na China, que não houve “nenhuma mudança tangível” na situação. De acordo com o Journal, as demissões dos EUA são em parte porque os esforços de pesquisa e desenvolvimento da Futurewei dependeriam de tecnologia americana, o que seria difícil, dado o fato que Huawei está na lista de entidades, e sua capacidade de coordenar com sua subsidiária na China foi seriamente prejudicada.

O presidente da Huawei, Ren Zhengfei, também disse que a empresa perderá US$ 30 bilhões em receita em 2019 e 2020 devido às restrições, que fizeram com que muitos fornecedores americanos cortassem laços e prejudicassem a viabilidade de sua linha de produtos (incluindo o cancelamento de um novo modelo de laptop e forçando-a a desenvolver rapidamente uma alternativa para o sistema operacional Android do Google). De acordo com o Journal, Ren disse a um jornal francês que seu próprio sistema operacional móvel, chamado Hongmeng, foi originalmente projetado para uso em redes de telecomunicações e “ainda não temos um plano claro” para preenchê-lo com aplicativos.

[Wall Street Journal]

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