ICQ: por que o Brasil proibiu o “oh-ow” em todo o país
Na última sexta-feira (1º), após pedido da Polícia Federal, a Justiça do Distrito Federal proibiu o ICQ em todo o Brasil — uma plataforma icônica dos primórdios da internet.
Para muitos jovens adultos, a palavra “ICQ” pode parecer uma relíquia do passado, mas, no início dos anos 2000, o som característico da notificação do ICQ — o famigerado “oh-ow” — foi a trilha sonora da emergente cultura online no Brasil. Relembre, abaixo:
No entanto, com a ascensão do MSN e, posteriormente, do WhatsApp, a fama do ICQ foi para a história da tecnologia. Contudo, apesar do “sumiço”, ainda era possível acessar a plataforma por meio de apps para celular.
Agora, o ICQ retorna às manchetes, mas por motivos que não envolvem a nostalgia de quem viveu a época.
“Justiça proibiu o ICQ no Brasil”: como tudo começou
Inicialmente, a nova polêmica envolvendo o ICQ surgiu em uma matéria do site Núcleo, de junho deste ano. O site identificou 13 grupos de pornografia infantil operando no antigo app.
Após a denúncia, o Google removeu o ICQ da sua loja de aplicativos, a Play Store.
Em agosto, a Polícia Federal iniciou uma operação para combater a pornografia infantil online no ICQ. Além disso, o órgão tentou contato com o ICQ diversas vezes para remover os conteúdos.
De acordo com a PF, o ICQ era usado para disseminar “vídeos e imagens de crianças e adolescentes em condição de nudez e/ou sendo abusada sexualmente”. Essa afirmação foi a mesma que a polícia usou quando anunciou o início da operação em agosto.
Após várias tentativas de contato com o ICQ, a Policia Federal pediu à proibição do aplicativo com base no Estatuto da Criança e do Adolescente.
“A Polícia Federal tem por prioridade atuar na repressão e prevenção aos gravíssimos crimes praticados contra crianças e adolescentes, em linha com o que prevê a Constituição Federal e as diretrizes estratégicas do Ministério da Justiça e Segurança Pública.”
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), por sua vez, pediu o cumprimento da ordem judicial aos 19,2 mil provedores de internet do Brasil para barrar o uso do ICQ. A exigência vale tanto para a versão mobile quanto para os navegadores.