“Into the groove”: pesquisadores revelam as habilidades rítmicas das focas

Focas bebês conseguem identificar sons diferentes sem treinamento ou recompensas, mostrou pesquisa holandesa
"Into the groove": pesquisadores revelam as habilidades rítmicas das focas
Imagem: David Vives/Unsplash/Reprodução

Além dos humanos, as focas também conseguem identificar ritmos diferentes de voz. A conclusão está em uma pesquisa do Instituto Max Planck de Psicolinguística, da Holanda, publicada na revista científica Biology Letters

As focas são animais extraordinariamente inteligentes. Elas conseguem reproduzir melodias simples e até sons típicos da voz humana. 

Tentando explorar esse potencial, pesquisadores testaram 20 focas de até um ano de idade. Elas estavam em atendimento no centro de reabilitação holandês Sealcentre de Pieterburen, no norte da Holanda. 

O método foi o mesmo que se usa em estudos com bebês humanos: se olhassem para trás, era um sinal de resposta ao ritmo. O comportamento de identificar o som estando de costas indica se os animais – ou bebês – consideram o estímulo interessante. 

Depois, ficou combinado que os animais deveriam ouvir três tipos de percepção rítmica diferentes: 1) andamento (rápido ou lento, como batidas por minuto na música); 2) duração (curta ou longa, como as notas musicais); e 3) regularidade (regular ou irregular, com um relógio ou uma canção de jazz). 

No teste, as focas se voltaram para trás com frequência quando o ritmo era mais longo, mais rápido e regular. Isso significa que, mesmo sem treinamento ou recompensas, as focas jovens diferenciam sequências regulares espontaneamente, assim como sequências com notas curtas e rápidas.  

Avanço para descobrir origem da musicalidade

“[As focas] são outro mamíferos, além de nós, que mostram processamento de ritmo e aprendizado de vocalização”, disse em comunicado Laura Verga, a autora principal do estudo.

Segundo Verga, este é um avanço significativo no debate sobre as origens evolutivas da fala e da musicalidade humana – ainda misteriosas. 

“Assim como nos bebês humanos, a percepção do ritmo que encontramos nas focas surge cedo e não requer treinamento ou esforço”, pontuou. O próximo passo da pesquisa, agora, é descobrir se as focas percebem o ritmo de “voz” de outros animais.

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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