Cientistas enviam mensagem de um cérebro para outro a 7.000 km de distância

Cientistas conseguiram enviar uma mensagem do cérebro de uma pessoa na Índia para o cérebro de outra pessoa na França, a mais de 7.000 km de distância.

As interfaces cérebro-máquina são fascinantes. Elas apontam para um futuro no qual você pensará em comandos e eles serão enviados para outras pessoas através de um computador. Um novo estudo nos aproxima mais desse futuro.

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Uma equipe de cientistas, liderada por Giulio Ruffini, conseguiu enviar uma mensagem do cérebro de uma pessoa na Índia para o cérebro de outra pessoa na França, a mais de 7.000 km de distância.

Como nota a Popular Science, o processo envolve diversos passos, mas não usa tecnologia de ponta: trata-se de software e hardware de neurorrobótica já criados nos últimos anos.

Na Índia, uma pessoa usa um capacete EEG (eletroencefalográfico), que mede a atividade elétrica do cérebro. Ele é conectado a um laptop, que exibe na tela um círculo branco em um fundo preto.

A pessoa então move esse círculo usando a mente. Se ele for para cima e para a direita, isso corresponde ao valor 1; se for para o canto inferior direito, o valor é 0.

mensagem cérebro distancia (2)

Isso serve para codificar palavras na cifra de Bacon. Criado pelo filósofo e cientista Francis Bacon em 1605, o sistema transforma cada letra do alfabeto em um código binário de cinco algarismos. Por exemplo:

A = 00000
B = 00001
C = 00010
D = 00011
E = 00100

… e assim vai. Portanto, se você move o círculo cinco vezes para o canto inferior direito (valor 0), você “digita” a letra A.

Após digitar a mensagem, ela é enviada através da internet. Ao chegar à França, ela foi levada a uma máquina de estimulação magnética transcraniana. Esta máquina consegue enviar impulsos magnéticos através do crânio das pessoas.

Esses impulsos fazem você enxergar lampejos de luz no ar, e um braço robótico mira em diferentes partes do seu cérebro para esses lampejos aparecerem em locais diferentes – acima e abaixo do horizonte, por exemplo. Isso é um sistema binário, tal qual a cifra de Bacon.

Assim, se o lampejo aparece em um lugar, trata-se do valor 0; se aparecer em outro, é o valor 1. A pessoa vai listando esses valores e decifra a mensagem. As palavras “hola” e “ciao” foram decodificadas com sucesso através deste método.

Sim, tudo isso é muito complicado, e provavelmente não vamos nos comunicar assim no futuro. Mas é um começo, e bastante promissor.

E ele pode ir ainda mais longe: nós falamos por aqui sobre um experimento no qual o dedo de uma pessoa era controlado pelo cérebro de outra pessoa. Imagine poder enviar mensagens e até comandos para alguém! É mais uma vitória para as interfaces cérebro-máquina. [PLOS One via Popular Science]

Imagens por Carles Grau et al., PLOS One, 2014

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