Ciência

Novo estudo recoloca a baleia-azul como animal mais pesado da Terra

Cientistas refutam pesquisa que tornou antiga baleia fossilizada como o animal mais pesado do mundo em 2023 e baleia-azul reassume o posto outra vez
Imagem: Thomas Kelley/ Unsplash/ Reprodução

Podendo atingir o comprimento de três ônibus enfileirados e o peso de 270 toneladas, a baleia-azul (Balaenoptera musculus) retomou o posto de animal mais pesado da Terra. Ela já ocupava o topo do ranking. Mas em 2023 foi desbancada pela Perucetus colossus, uma baleia antiga de cerca de 39 milhões de anos.

Agora, um novo estudo publicado na revista PeerJ refuta essa competição e devolve o posto à baleia-azul.

Sobre a Perucetus colossus

A mudança de líder no ranking de animal mais pesado do mundo aconteceu após pesquisadores encontrarem um fóssil da antiga baleia Perucetus colossus no sul do Peru. Os cientistas se surpreenderam com a densidade de seus ossos. E criaram a hipótese de que essa característica seria uma adaptação evolutiva para que ela pudesse flutuar na água.

Com os achados, eles reconstruíram parte do esqueleto do da P. colossus. Ao analisar 13 vértebras, quatro costelas e um osso do quadril do animal, os pesquisadores estimaram que a estrutura óssea do animal pesava de duas a três vezes mais que o da baleia-azul.

Ainda assim, concluíram que o animal era menor que sua concorrente, medindo cerca de 17 metros de comprimento, enquanto a baleia-azul mede aproximadamente 30 metros.

O que diz a nova pesquisa

De acordo com os autores do novo estudo, a maneira como o peso do esqueleto foi usado para calcular o tamanho corporal não corresponde aos padrões de crescimento versus peso esquelético vistos em animais existentes.

Além disso, eles apontam que a densidade óssea da P. colossus levou cientistas a superestimar sua massa corporal. No entanto, com o peso calculado no estudo anterior, a antiga baleia teria dificuldade em manter seu estilo de vida.

“Seria um trabalho para a baleia ficar na superfície, ou mesmo sair do fundo do mar – seria necessário nadar continuamente contra a gravidade para fazer qualquer coisa na água”, disse Ryosuke Motani, autor do novo estudo.

Para explicar os ossos densos, eles sugeriram uma característica chamada pachyosteosclerose, também presente em peixes-boi. Ela consiste em permitir que animais com alta densidade óssea tenham corpos leves em relação ao seu esqueleto.

Dessa forma, a P. colossus poderia nadar até a superfície da água e permanecer lá para respirar, até mergulhar novamente.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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