Ciência

Pele bioimpressa em 3D tem aparência e função semelhantes à pele real

Descoberta tem potencial de oferecer cura para pessoas com queimaduras, feridas e outros problemas. Entenda como ela funciona
Imagem: Karolina Grabowska/ Pexels/ Reprodução

Um grupo internacional de pesquisadores desenvolveu um novo tipo de pele bioimpressa — ou seja, feita por meio de impressão 3D e usando materiais biológicos. Segundo estudo publicado na revista Science Translational Medicine, ela acelera a cicatrização de feridas e regeneração da derme original.

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“A cura completa da pele é um desafio clínico significativo, afetando milhões de indivíduos em todo o mundo, com opções limitadas”, explicou Anthony Atala, que é autor do estudo. 

As opções de enxertos para regeneração da pele são limitadas. Até agora, ou eram temporárias ou então artificiais, com aparência enrugada. Ainda não havia sido possível também recriar a pele em sua espessura total, com as três camadas presentes no tecido humano: epiderme, derme e hipoderme. 

Entenda a pesquisa

O novo estudo encontrou uma maneira de fazer a bioimpressão de todos os seis principais tipos de células humanas presentes na pele. Para combinar tudo isso, utilizaram hidrogéis especializados.

Dessa forma, conseguiram reproduzir as três camadas naturais do órgão humano. Assim, quando realizaram um transplante-teste (sem um paciente humano), a derme bioprintada formou vasos sanguíneos e padrões comuns do tecido, funcionando de maneira normal, como a pele real.

Outros testes demonstraram melhoria no fechamento de feridas, redução na contração da pele e maior produção de colágeno para reduzir cicatrizes, relataram os pesquisadores.

Por que a criação é um avanço

Com a nova descoberta, a pele bioimpressa, agora é possível oferecer a vítimas de queimaduras e pessoas com doenças de pele a oportunidade de uma cura completa

Em geral, os enxertos disponíveis tinham apenas alguns dos elementos da derme normal. Dessa forma, tinha uma aparência de cicatriz, o que poderia incomodar os pacientes.

Os enxertos com a versão bioimpressa oferecem a cobertura total, como a da pele real, e uma aparência mais sutil.

“Esses resultados mostram que a criação de pele bioengenheirada humana de espessura total é possível e promove uma cicatrização mais rápida e resultados mais naturais”, disse Atala.

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Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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