Os preços dos smartphones não vão parar de subir tão cedo

Você deve ter percebido que os celulares estão cada vez mais caros. No Brasil, isso pode ser explicado por alguns fatores, como a alta do dólar nos últimos anos. Mas, mesmo lá fora, os aparelhos estão com preços maiores. Por quê? A CNET fez uma matéria bem extensa discutindo essa questão. Eles realizaram um levantamento […]

Você deve ter percebido que os celulares estão cada vez mais caros. No Brasil, isso pode ser explicado por alguns fatores, como a alta do dólar nos últimos anos. Mas, mesmo lá fora, os aparelhos estão com preços maiores. Por quê?

A CNET fez uma matéria bem extensa discutindo essa questão. Eles realizaram um levantamento que mostra que praticamente todos os modelos de topo de linha das principais marcas ficaram mais caros de 2016 para cá.

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Nas marcas que já atualizaram suas linhas para 2018, os aumentos acumulados ficam entre 8,6% e 32,6%.

O primeiro é o caso da linha V, da LG. O LG V20 chegou custando até US$ 829; já o LG V35 sai por US$ 900. O último é o caso da OnePlus, considerada uma empresas com melhor custo-benefício. O OnePlus 3 custava US$ 399; já o OnePlus 6 não sai por menos de US$ 529.

Mas o que pode explicar este aumento?

Um fator é o próprio custo de produção. Além dos impactos da inflação, naturais a qualquer atividade econômica, os recursos como câmeras duplas e mais memória para armazenamento elevam a quantidade de componentes e, consequentemente, o dinheiro gasto para fabricar os produtos.

Isso sem contar recursos sofisticados, como as câmeras com sensor de profundidade do iPhone X, usadas para reconhecimento facial, ou o conjunto de três lentes e sensores do Huawei P20 Pro. As especulações sobre um Samsung com tela dobrável apenas reforçam esse ponto.

O custo, porém, não é a única questão envolvida. Muitas marcas estão tentando conseguir lucros maiores por produto vendido. Isso se justifica, em parte, por uma mudança no hábito dos consumidores. Nós estamos ficando mais tempo com cada celular e trocando de aparelho com menos frequência.

Segundo dados da IDC, o número de vendas em geral caiu em 2018, mas o tíquete médio subiu 10,3% em relação ao ano passado: US$ 345 contra US$ 313.

“Os consumidores estão preparados para pagar muito dinheiro por um celular, pois este possivelmente é o produto mais importante de suas vidas”, diz Ben Wood, analista-chefe de pesquisa na consultoria CCS Insight, à CNET. De fato, não é difícil perceber que os smartphones viraram o aparelho mais presente em nosso dia a dia.

Por fim, existe o fator iPhone X. Nos EUA, ele foi o primeiro smartphone a chegar na casa dos US$ 1.000 – ele custa US$ 999 mais taxas, o que supera o valor de referência na prática. Com esse aumento, outras marcas se sentiram à vontade para subir os preços dos seus produtos.

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E, aparentemente, a estratégia da Apple vem se mostrando bastante acertada. A empresa de Cupertino divulgou semana passada seus resultados financeiros trimestrais, que mostram um aumento nas receitas e no preço médio dos smartphones vendidos. Na ocasião, o CEO Tim Cook não revelou números de cada modelo, disse que o iPhone X é o smartphone mais vendido.

Isso fez com que as ações da Apple se valorizassem e a empresa atingisse a histórica marca de US$ 1 trilhão de valor de mercado, se tornando a primeira companhia a atingir tal feito.

“Vai haver uma reação raivosa imediata nas redes sociais, ‘que absurdo!’, e silenciosamente as pessoas vão lá e compram mesmo assim”, diz Wood à CNET.

Portanto, se você gosta de estar sempre com o que há de mais moderno e avançado em termos de smartphones, prepare-se: os preços não vão parar de subir tão cedo.

[CNET]

Imagem do topo: Alex Cranz/Gizmodo

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