[Review] Logitech G Pro X Superlight: marca entra na onda dos mouses gamer ultraleves
Uma verdadeira enxurrada de mouses gamer ultraleves tem se destacado no segmento desde o ano passado. E é claro que a Logitech não poderia ficar de fora dessa: usando sua linha “G” para gamers, a fabricante lançou recentemente o Logitech G Pro X Superlight, um mouse sem fio que chega com a promessa de melhorar alguns pontos negativos da geração anterior. Ao mesmo tempo, ele abre mão de outras coisas, como iluminação RGB e um botão dedicado para alterar os níveis de DPI.
Embora seja um periférico levíssimo — de longe o mouse mais leve que eu já usei —, o G Pro X Superlight chega ao Brasil por um preço nada acessível: R$ 899. Mas será que pela experiência destacada pela marca vale a pena investir no produto? Eu usei o mouse por um mês, joguei muitas horas no PC e neste review conto como foram os meus testes.
Logitech G Pro X Superlight
O que é
Um mouse gamer ultraleve com bateria recarregável e tempo de resposta excelentePreço
Sugerido: R$ 899Gostei
Design simétrico e ultraleve; tempo de resposta e latência baixíssimos; camada antiderrapante dá controle preciso durante o uso; software Logitech G Hub é um adicional que vale a pena explorarNão gostei
Bem caro; design ambidestro não é tão útil para canhotos; não é muito confortável para mãos pequenas; poderia ter uma entrada USB-C em vez do microUSB
Design e construção
Quando eu digo que o Logitech G Pro X Superlight é o mouse mais leve que eu já usei, não é exagero. O peso final é de 60 gramas, e como ele tem uma bateria interna recarregável, não há slot para pilha, o que poderia acrescentar um peso extra.
A leveza do produto é apenas um dos itens que refletem o quanto a Logitech quis fazer um mouse extremamente minimalista. Esqueça aquele formato cheio de curvas, luzes RGB e outras firulas típicas de aparelhos gamer: aqui, a palavra de ordem é deixar tudo o mais simples possível, com apenas duas opções de cores (preto ou branco) em um acabamento emborrachado fosco e poucos botões. Na parte inferior, há duas camadas antiderrapantes em PTFE, para dar mais controle durante a movimentação deslizante do mouse.
Por falar em botões, uma das maiores ausências no G Pro X Superlight em comparação ao modelo anterior são os botões na lateral direita. Para esta nova versão, a Logitech optou por tornar o mouse apenas ambidestro, então pessoas canhotas talvez sintam um pouco de dificuldade para utilizar o mouse em tarefas de trabalho, que fazem mais uso desses botões. Outra perda que pode não agradar muita gente é o botão dedicado para troca de DPI que ficava na parte inferior.
No mais, tudo se manteve igual. Isso inclui um switch para ligar ou desligar o acessório, os botões principais e scroll na parte superior, e a tampa para guardar um dongle de conexão quando você não estiver o utilizando. A caixa do produto ainda traz um cabo microUSB para fazer a recarga da bateria. Esse foi outro ponto que eu não gostei, porque o formato do conector tem um design proprietário da Logitech, o que significa que somente o cabo que acompanha o mouse é compatível com ele. O cabo é longo e pode ser conectado mesmo se o PC estiver longe. Mas bem que podia ser um USB-C, né?
Ergonomia, performance e bateria
Apesar de minimalista, o Logitech G Pro X Superlight é ligeiramente maior do que outros mouses gamer com essa proposta mais compacta. Pessoas de mãos grandes, e eu me incluo nesse grupo, são as mais beneficiadas. Por ter um formato mais simétrico e alongado na vertical, a pegada é muito confortável, independentemente do seu estilo para segurar um mouse — “palm”, com a palma da mão bem fechadinha e cobrindo todo o mouse; “fingertip”, com o dedo indicador levemente erguido; e “claw”, quando os dedos formam uma espécie de garra. Quem tem mãos muito pequenas talvez não sinta tanto conforto por horas seguidas de utilização.
A leveza do G Pro X Superlight pode passar uma primeira impressão de que o produto é frágil ou que a sensibilidade será levada ao extremo em qualquer movimento. Mas esse não é o caso: em nenhum momento eu me deparei com deslize excessivo, e o uso em games foi bastante rápido e preciso. Confesso que, durante os três primeiros dias de uso (tanto para trabalho e jogos), os pezinhos na parte inferior deram algumas travadas. Mas acredito que isso foi mais uma questão de adaptação das camadas antiderrapantes em PTFE, já que, até a finalização dos meus testes, qualquer outra manobra, seja esta mais brusca ou devagar, foi executada com precisão.
Esse ótimo resultado se dá também graças ao sensor Hero 25K, que alcança sensibilidade de 25.600 DPI. Eu senti mais diferença em jogos de tiro em primeira pessoa, como Valorant, Destiny 2 e Call of Duty: Warzone. Mesmo eu, que tenho a mão um pouco mais pesada enquanto jogo, não senti que precisava movimentar muito o mouse para navegar pelos mapas. Já em títulos MOBA, como League of Legends, a performance foi tão boa quanto, sem precisar botar nenhuma força nos cliques, nem jogar o mouse muito para frente para avançar ou voltar com a câmera. Latência é algo que não tenho o que falar porque não me deparei com atraso algum em qualquer comando.
Para trabalho, eu também gostei muito do Logitech G Pro X Superlight. Ele foi meu mouse principal de segunda a sexta-feira, e justamente por conta dessa sensibilidade ao extremo acredito que pode ser uma opção viável para produtividade. No entanto, destaco novamente o fato de haver apenas botões em apenas uma das laterais. Se você é canhoto, com certeza vai encontrar alguma dificuldade para se adaptar sem recorrer a esses botões.
O mouse também é compatível com a plataforma G Hub, da própria Logitech. É por ela que você consegue mudar a disposição dos botões, criar perfis diferentes de uso (é possível salvar até cinco deles diretamente no mouse) e definir algumas especificações interessantes principalmente se você joga bastante. Entre elas está o controle de DPI e o tempo de resposta do mouse — este último entre 1000 Hz (1 ms) e 125 Hz (8 ms). No geral, é um software bem completo e fácil de usar.
Bateria
A Logitech promete uma bateria de até 70 horas em “movimento constante” para o G Pro X Superlight, o que equivale a quase três dias seguidos. Usando todos os dias durante o home office e jogando esporadicamente, eu só precisei de uma nova recarga após seis dias. Pode ser um tempo não tão legal para quem só usaria o mouse para trabalhar, mas considero uma autonomia satisfatória para a maioria das pessoas. Como o cabo de conexão é longo, você pode deixá-lo ligado no PC ou notebook para não se preocupar muito com a recarga, mas esse cenário eu só recomendo para trabalho. Durante jogos, reparei que a movimentação pode ficar um pouco limitada.
Vale a pena?
O Logitech G Pro X Superlight é uma evolução considerável ao G Pro Wireless. O mouse se destaca pelo peso ultraleve, tempo de resposta e latência baixíssimos para jogos, software para customizar os botões e compatível para quem for usar o acessório para trabalhar. A bateria também traz boa autonomia, embora eu preferisse que a porta de conexão fosse USB-C, e não um microUSB proprietário da Logitech que me obriga a usar somente o cabo da fabricante.
O formato mais alongado é ideal para jogadores de mãos grandes, mas a ergonomia pode não ser tão confortável para mãos pequenas. Se você se encaixa nesse segundo grupo, talvez seja necessário usar o periférico com algum apoio para pulso; caso o contrário, o uso com certeza se tornará incômodo com poucas horas. Além disso, canhotos não conseguirão tirar proveito dos botões nas laterais, já que o G Pro X Superlight tem uma pegada 100% ambidestra, especialmente para trabalho e produtividade. Tirando essas questões, este é um dos melhores mouses gamer que você encontra hoje no mercado.
Claro, tem o fator preço: R$ 899 em um mouse é literalmente uma facada no estômago. Não que periféricos gamer já não fossem caríssimos. Contudo, é uma grana que nem todos os jogadores estão dispostos a gastar. Portanto, eu só recomendaria o Logitech G Pro X Superlight se você tiver mãos grandes e for usar o mouse para jogos e trabalho.