Um pequeno recurso do novo SkyDrive faz ele ficar bem mais atraente do que era

O SkyDrive no Windows 8.1 tem uma arma secreta que não foi muito comentada. Ela é bem interessante, e é daquelas coisas que aparentemente não mudam muita coisa, mas acabam alterando completamente a forma como você usa um serviço. E isso torna o SkyDrive bem mais atraente do que é atualmente. Se você instalar Dropbox, […]

O SkyDrive no Windows 8.1 tem uma arma secreta que não foi muito comentada. Ela é bem interessante, e é daquelas coisas que aparentemente não mudam muita coisa, mas acabam alterando completamente a forma como você usa um serviço. E isso torna o SkyDrive bem mais atraente do que é atualmente.

Se você instalar Dropbox, SkyDrive ou até o Google Drive no seu desktop atualmente, você vai sincronizar toda a sua pasta para o seu disco, e, ao mesmo tempo, continuará com todos os arquivos lá sempre que eles estiverem sincronizados. Se você não tiver espaço o suficiente, você pode apagar alguma coisa que não estiver sincronizada na nuvem, ou então simplesmente parar de sincronizar. O SkyDrive tem uma solução diferente.

A Microsoft chama de “ingrediente secreto”. Basicamente, o SKyDrive faz os arquivos e pastas que você armazena na nuvem agirem como se estiverem armazenados lá, sem ocupar espaço no seu computador. Você pode navegar, inspecionar, fazer o que quiser, mesmo sem que o arquivo ocupe espaço no seu disco. Mas como?

O SkyDrive reúne metadados, informações de indexação e thumbnails dos seus arquivos e salva no seu computador. Isso significa, essencialmente, mesmo que seu computador esteja armazenando apenas uma pequena fração dos dados da sua pasta do SkyDrive (os números da Microsoft para o preview do 8.1 falam em apenas 5% do conteúdo total), você pode ver todos os arquivos exatamente como você conseguiria caso eles estivessem armazenados localmente. Quer checar os metadados para saber quando um arquivo foi criado ou modificado, ou apenas ver sua pasta de fotos? Sem problema.

E ao ver as fotos você entende quão bacana é isso aqui. Não me animei muito com a ideia quando conversei com um executivo do SkyDrive na semana passada, mas assim que vi uma pasta cheia de imagens em alta resolução tiradas com DSLR, todas com miniaturas e dados de geolocalização e distribuídas cronologicamente, percebi como era interessante.

original

O recurso está ativado tanto no cliente de desktop quando no app da interface moderna, sendo que a última anteriormente precisava puxar dados da nuvem toda vez que fosse aberta. Agora, ela é preenchida a partir da sua unidade local, e pode funcionar como um ponto de acesso a todos os arquivos do seu computador.

Há uma função nas configurações do app do SkyDrive para mudar entre armazenar todos os arquivos na nuvem, ou armazenar localmente para uso offline. Se você clicar com o botão direito do mouse (ou selecionar na interface moderna) um arquivo individual, poderá escolher entre baixá-lo inteiro para uso offline, ou enviá-lo para nuvem para economizar espaço. Por padrão, novos usuários terão a função de economia de espaço ativadas, mas usuários antigos (qualquer um que já tenha o SkyDrive instalado) vai começar com isso desativado.

original (1)

As pequenas coisas também foram bem pensadas. Arquivos que você cria no seu computador e salva diretamente no SkyDrive – um documento de texto para trabalho, ou quem sabe uma imagem – vão ser armazenados localmente independentemente de qual configuração você definiu. Então mesmo que seu SkyDrive esteja definido para manter seus arquivos disponíveis como metadados, este arquivo ficará inteiro no seu disco. Isso para evitar que pessoas salvem alguma coisa, mas, ao tentar acessar em um trem, por exemplo, não consigam encontrar o arquivo por não estar conectado à internet. Por enquanto, não há uma forma de fazer esses arquivos irem automaticamente para a nuvem (a Microsoft diz que vai observar casos e pode liberar a opção no futuro), mas você pode selecionar para guardá-lo na nuvem a qualquer momento.

original (2)

Os novos recursos só estarão disponíveis no Windows 8.1 para tablets e PCs e no Windows Phone. Então não, não vai ser possível usar no Windows 7. A Microsoft diz que está fazendo o melhor para oferecer boa experiência em outras plataformas, mas você não vai encontrar isso no OS X, iOS, Android ou em qualquer outro lugar sem apoio de Apple e Google para backend, e a Microsoft decidindo que não precisa desse recurso para atrair o público para o seu software.

Uma pequena grande ideia

Pode não parecer, mas esse ajuste tem potencial para mudar a forma como usamos armazenamento na nuvem. Desde que o Dropbox tornou-se onipresente, nós nos acostumamos a mover todas as nossas coisas para lá, e assim poder usar seja em PC, laptop, smartphone ou qualquer lugar. Isso funciona bem. Mas para quem usa smartphones e tablets, ou o cliente na web, ou principalmente o app para Windows 8 e RT, a experiência nunca foi completa.

A possibilidade de ver todos os seus arquivos enquanto você está offline e não tem eles armazenados localmente parece algo pequeno, mas não é. Mas é o tipo de insight que você não imagina a vir da Microsoft de hoje. Ela observa o que faz a experiência parecer inferior e corrige. E essa coisinha faz você pensar que a Microsoft enfim acordou para algo que há muito tempo ela não faz. Do perfil de Steve Jobs de Tom Junod, de 2008:

“Na primeira passagem de Jobs, a Apple sempre se orgulhou de ser a primeira”, disse um antigo funcionário. “Como o Newton. Lembra do Newton? Ele foi o primeiro PDA. Pode não ter funcionado, mas foi o primeiro. Não é isso que eles fazem hoje. Agora eles começam com coisas que tornam a experiência existente uma porcaria. E é aí que Jobs é um gênio.”

No geral isso não se refere à Microsoft. Mas você pode ver todo o arco de desenvolvimento dos últimos 30 meses do Windows 8 no meio dessa citação. É isso que o novo recurso do SkyDrive faz para o armazenamento na nuvem – ele corrige o que está errado. E algumas vezes as grandes mudanças vem de pequenas ideias.

Estava na hora disso também. A quantidade de arquivos que mantemos está superando a quantidade de espaço que temos localmente em nossos vários dispositivos. A Microsoft mesmo tem o Surface RT, com 16GB livres (de 32GB) após a instalação do sistema operacional. E com o público amplo não muito contente com a ideia de usar a solução de microSD, esta é uma forma interessante de fazer o armazenamento na nuvem crescer. Armazenamento de dados na nuvem ainda está na sua infância, mas, conforme vai crescendo, vemos boas ideias para melhorar as coisas, como isso e a plataforma do Dropbox.

Este é um pequeno detalhe dentro de tudo o que a Microsoft tenta fazer com o Windows 8. Mas pequenos detalhes importam. E pequenos arquivos em pequenos SSDs é um bom lugar para começar.

fique por dentro
das novidades giz Inscreva-se agora para receber em primeira mão todas as notícias sobre tecnologia, ciência e cultura, reviews e comparativos exclusivos de produtos, além de descontos imperdíveis em ofertas exclusivas