Teoria sobre a “Roda dos Fantasmas” é refutada por arqueólogos em novo estudo
Arqueólogos da Universidade de Tel Aviv, em Israel, refutaram a teoria de que o monumento megalítico israelense de Rujm el-Hiri — conhecido como “Roda dos Gigantes” ou mesmo “Roda dos Fantasmas” — era um antigo observatório astronômico. Popularmente, a estrutura também é apelidada de “Stonehenge de Israel”.
Em um estudo publicado em novembro, os arqueólogos detalharam como usaram tecnologias de sensoriamento remoto e análises de dados para descobrir que a teoria anterior estava errada. Desde as primeiras escavações no final dos anos 1960, arqueólogos se intrigam com a estrutura megalítica de mais de quatro mil anos nas colinas de Golã.
A comparação com o monumento da Inglaterra fazia sentido, pois arqueólogos estimam que a estrutura da Idade do Bronze seja da mesma época.
Em árabe, o nome Rujm el-Hiri significa “túmulo de pedra do gato selvagem”, pois as colinas de Golã pertenciam à Síria até 1967. Após a Guerra dos Seis Dias, Israel conquistou o local e batizou a estrutura como “Gilgal Refaim”, que se refere a uma raça de gigantes mencionada na Bíblia.
Após conquistar a região, o governo de Israel permitiu que arqueólogos realizassem estudos e escavações na região. Devido ao formato do monumento, surgiu a teoria de que a “Roda dos Gigantes” era um observatório astronômico por seu suposto alinhamento a eventos celestes.
No entanto, o novo estudo realizou análises geomagnéticas e reconstruções tectônicas do movimento da terra durante os últimos 150 milhões de anos. Os arqueólogos descobriram que a estrutura girou em uma taxa de 8 a 15 mm por ano.
Portanto, desde sua construção, há cinco mil anos, a estrutura se moveu dezenas de metros, alterando a orientação do monumento durante milênios.
Arqueólogos refutam teoria, mas reabrem debate sobre a “Roda dos Fantasmas”
Os arqueólogos refutam a teoria de que Rujm el-Hiri era um observatório astronômico, demonstrando que o alinhamento atual da estrutura não corresponde às observações celestes de hipóteses anteriores.
“O estudo se baseou em cálculos do mapa do céu e alinhamentos das direções de solstícios, equinócios e outros corpos celestes conforme suas aparições entre 2500 e 3500 a.C., coordenados com a simetria da estrutura e as entradas de Rujm el-Hiri em sua posição atual. Os resultados, portanto, reabrem a discussão sobre o propósito do sítio”, afirmam os cientistas.
Além disso, o estudo fornece o primeiro mapeamento detalhado do cenário arqueológico da região da “Roda dos Gigantes” em um raio de 30 quilômetros.
Com isso, os cientistas analisaram a região para identificar características associadas às atividades humanas históricas, além de reconstruir objetos arqueológicos.
Usando tecnologias via satélite, os arqueólogos descobriram estruturas próximas à “Roda dos Gigantes” que, possivelmente, eram assentamentos e estruturas para a agropecuária.
Veja a enorme estrutura: