[Review] A terceira geração de CPUS Ryzen, da AMD, é excelente
A AMD cumpriu o que prometeu. A empresa produziu uma série de CPUs super rápidas usando menos energia que seus competidores e predecessores, além de serem baratas e adicionando recursos extra, como PCIe 4.0, uma necessidade para usuários avançados de PC. Os novos Ryzen 9 3900X, que custa US$ 500, e o Ryzen 7 3700X, de US$ 330, entregam boa parte das promessas da AMD sobre potência e preço dos últimos anos.
(Antes devo informar que existe um truque na forma de uma falha bem irritante que pode arruinar a instalação para quem nunca montou um processador. É pequeno, mas potencialmente devastador; então, só vou detalhar a reclamação no fim deste review).
Os novos Ryzens são os primeiros processadores x86 amplamente baseados em um processo de 7 nm. Mas o que significa isso? Bem, x86 é uma arquitetura usada por processadores que alimentam praticamente todos os laptops e desktops fabricados atualmente. “7nm” refere-se ao nó do processo. Historicamente, este número é usado para corresponder à distância entre as portas do transistor no próprio processador. Uma distância menor significa que a informação sobre o processador em si tem menos distância para percorrer e requer menos energia para realizar este processo, o que, em teoria, se traduz em melhorias na velocidade e na eficiência de energia.
Dessa forma, os novos processadores de 7nm baseados na microarquitetura Zen 2 deveriam ser mais rápidos e mais eficientes que a geração Zen+ de 12nm anterior e a 9ª geração da Intel baseada no processo de 14nm.
No meu teste, a teoria parece refletir a realidade. Os competidores foram:
- Ryzen 9 3900X baseado na microarquitetura Zen 2. Ele tem 12 núcleos, 24 thread e 105W TDP – US$ 500
- Ryzen 7 3700X baseado na microarquitetura Zen 2. Ele tem 8 núcelos, 16 threads e 65W TDP – US$ 330
- Ryzen Threadripper 2950X baseado na microarquitetura Zen+. Ele tem 16 núcleos, 32 threads e 180W TDP – pode ser achado por US$ 600, mas tipicamente é vendido por algo entre US$ 800 e US$ 900
- Intel i9-9900K de 9a geração baseado na microarquitetura de 14nm. Tem 8 núcleos, 16 threads e 95W TDP.
Testamos todos os quatro usando SSDs de 256 GB, 16 GB de RAM e a mesma GPU Nvidia. Os resultados de benchmark postados abaixo dão uma ideia do poder dos processadores.
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O Intel i9-9900K foi significantemente bem em tarefas com apenas um núcleo. Então, no Geekbench 4 no teste de single core e no WebXPRT 2015 (um benchmark sintético usado para testar quão rápido um navegador completa tarefas), o Intel ficou na frente das três CPUs da AMD. A AMD tem lutado há um tempo para ter resultados parecidos com a Intel no desempenho por núcleo, e parece claro que baseado nesses benchmarks a companhia ainda tem muito a fazer. Um monte de aplicações, como navegadores e alguns games, geralmente só confia no desempenho de apenas um núcleo, então o atraso da AMD será sentida pelos usuários de modo geral, ainda que usuários experientes priorizem o número de núcleos.
A mágica da AMD está em sua capacidade de colocar muito mais núcleos em suas CPUs e cobrar menos que a Intel. Seus processadores se dão melhor em aplicações que exigem bastante energia. Pense em renderização de vídeo ou o processamento significativo de um monte de números. Em nosso benchmark usando o Blender, no qual verificamos quanto tempo leva para renderizar uma imagem 3D, e no Handbrake, no qual vemos quanto tempo leva para converter um vídeo 4K para 1080p, as novas CPUs da AMD foram muito bem. De fato, o Ryzen 9 superou o Threadripper no benchmark Handbrake e ficou apenas 8 segundos atrás no Blender. Isso apesar de ter quatro núcleos a menos.
Surpreendentemente o Ryzen 7 competiu muito bem com a versão mais cara do i9. Ele mandou bem no Handbrake e quase perdeu no benchmark do Blender. Considerando que o Ryzen 7 não é tão barato, mas também usa menos energia que o i9, parece que este deve ser a melhor escolha para quem não quer gastar muito. O Ryzen 7 tem desempenho tão bom quanto o do i9-9900K que parece até injusto tentar compará-lo com outros processadores mais baratos, pois eles são muito lentos.
Agora, o truque que citei lá no início: eu imploro a você para não usar o combo de cooler e dissipador de calor que a AMD incluiu com a última geração de processadores Ryzen. Um cooler é necessário, mas há muitas alternativas melhores do que a AMD oferece gratuitamente. É um cooler de qualidade, tem LEDs e as luzes podem ser sincronizadas com o software Razer Chroma, mas também ele é muito barulhento, e tem muita pasta térmica pré-aplicada. É tão pegajoso que essencialmente gruda o cooler à CPU. Essa não é a pior coisa do processo; uma boa vedação entre os dois é ótima para o resfriamento ideal.
Uma camada espessa de pasta térmica é pré-aplicada no cooler. Crédito: Alex Cranz/Gizmodo
Por favor, note o tanto de pasta que sobra ao encaixar o cooler no processador. Isso só mostra o exagero. Isso fez também com que a CPU ficasse presa ao cooler (você consegue ver os pinos afiados do cooler no lado direito superior). Crédito: Alex Cranz/Gizmodo
Encaixe do cooler da AMD na placa-mãe. Crédito: Alex Cranz/Gizmodo
Por isso essa combinação é uma receita para o desastre. A CPU da AMD conecta à placa-mãe por meio uma série de pinos super delicados. Dobre qualquer um deles e você terá uma CPU danificada, que não é coberta pela garantia da AMD. O cooler, por sua vez, se conecta à placa-mãe por meio de dois ganchos. Você prende um lado do cooler na placa, inclina-o na CPU e, em seguida, engata o outro lado usando um pequeno braço de metal. O braço de metal é feito de um material barato e pode ficar preso. Você pode sentir que precisa mexer para que funcione e se conecte novamente. Mas uma manobra errada e o cooler pode tirar a CPU do lugar e dobrar os pinos.
Se é a primeira vez que você monta uma CPU, vale investir em um cooler separado –um que aperte em vez de encaixar nos ganchos (você deve gastar em média uns US$ 50). Mas você ainda vai querer investir nos processadores AMD em relação aos rivais da Intel. Esta última geração de processadores Ryzen é rápida e acessível, além de não consumir toda a energia que a fonte de alimentação fornece.
Direto ao ponto
Os últimos processadores da AMD não conseguem competir com os da Intel em uma análise núcleo a núcleo;
Mesmo assim, eles ainda são rápidos e baratos.