Acionistas do Google processam empresa por prêmio milionário dado a executivo acusado de assédio

Uma reportagem bombástica de outubro do New York Times revelou que o Google, como muitas outras empresas, estava disposto a enterrar reclamações de assédio sexual contra seus executivos. No caso de Andy Rubin (foto do topo), um ex-funcionário da empresa que é considerado o “pai do sistema Android”, ele recebeu US$ 90 milhões para deixar […]
Brian Ach/Getty Images

Uma reportagem bombástica de outubro do New York Times revelou que o Google, como muitas outras empresas, estava disposto a enterrar reclamações de assédio sexual contra seus executivos. No caso de Andy Rubin (foto do topo), um ex-funcionário da empresa que é considerado o “pai do sistema Android”, ele recebeu US$ 90 milhões para deixar a companhia — o que agora tem feito os acionistas da Alphabet (subsidiária dona do Google) processarem a empresa.

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Os autores da ação — donos de fundos de pensão da Northern California Pipe Trades e da Teamsters Local 272, que juntos representam quase dez mil acionistas — listam a Alphabet, além de cada membro do conselho de diretores, alegando que o dinheiro dado ao ex-executivo representa uma violação de dever fiduciário. As atividades do conselho, informa a ação, resultaram em “centenas de milhões de dólares de pacotes de demissão generosos para infratores e expôs [a Alphabet] a litígios e perdas de contratos federais devido ao seu ambiente de trabalho hostil e discriminatório”.

Não só o processo critica a disposição da gigante de tecnologia em pagar somas generosas a supostos assediadores, como também ressalta a resposta insuficiente da companhia resultante de protestos de funcionários contra a prática — cerca de 20 mil funcionários da empresa  marcharam para se manifestar contra o pagamento desses prêmios generosos para quem deixa a empresa. À época das manifestações, os organizadores exigiram uma série de demandas, sendo que algumas delas ainda não foram atendidas.

“Desde os protestos, e após significante pressão pública, os réus fizeram pouco para corrigir as falhas anteriores. No entanto, como descrito abaixo, as ações reativas — que se aplicam apenas prospectivamente — são insuficientes para remediar os danos que já foram feitos ou para corrigir os problemas culturais e sistêmicos que o conselho de diretores permitiu que causassem danos a Alphabet.”

Por fim, o processo menciona as brechas de dados descobertas na rede social da empresa, o Google+. “Os réus ocultaram deliberadamente a violação de dados do Google+ para evitar escrutínio regulatório”, diz a ação. “E, assim como a falha da empresa em corrigir o problema de discriminação e assédio sexual preparou o terreno para indignação de funcionários e acionistas após as revelações do New York Times, a companhia repetidamente descumpriu as regras de privacidade de dados no passado, aumentando as potenciais penalidades que a companhia agora enfrenta.”

Além de buscar compensação pelos danos financeiros, a ação também busca uma ordem para “encerrar o ambiente de trabalho hostil [da Alphabet]” e “o seu padrão de não cumprimento de leis de privacidade de dados”.

Entramos em contato com o escritório de advocacia que representa os dois fundos, assim como com o Google, e vamos atualizar caso recebamos uma resposta.

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