Agência Espacial Europeia quer posicionar satélites na Lua até o fim da década

ESA projeta Lua como oitavo continente; a ideia pretende ajudar nas pesquisas científicas e nas missões tripuladas.
Uma maquete do módulo lunar Heracles, programado para chegar à lua no final da década de 2020.
Foto: ESA/ATG Medialab

A Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês) apresentou seu plano para uma rede de satélites lunares que apoiará a presença humana na Lua. O projeto, apelidado de Moonlight, tornaria o satélite natural da Terra uma plataforma para a exploração espacial mais profunda.

Com uma rede de satélite robusta, as mensagens poderiam trafegar entre o planeta e o satélite natural quase que instantaneamente. A iniciativa Moonlight também serviria para fins de navegação, ajudando naves a pousar na Lua com maior — e mais rotineira — precisão.

“Este projeto permitirá a exploração eficiente da Lua, criando uma rede de telecomunicações e navegação confiável e eficiente através de uma constelação de satélites lunares”, disse Elodie Viau, diretora da ala de Telecomunicações e Aplicações Integradas da ESA, em uma coletiva de imprensa na quinta-feira (20). “Mas isso será apenas o começo. O projeto nos ajudará a pavimentar o caminho para missões em Marte e outros planetas”, completou.

A entrevista à imprensa marcou o início de um período de estudo de 12 a 18 meses para o projeto, período no qual a ESA irá conversar com participantes do setor privado para entender exatamente como seria essa rede de comunicações na Lua. A proposta surge durante os estágios iniciais de um boom na exploração espacial. A missão Artemis da Nasa está programada para levar os humanos de volta à Lua em 2024, com a SpaceX ganhando o contrato para construir o módulo lunar.

A China lançou recentemente o primeiro módulo de sua estação espacial, um feito que foi apenas ligeiramente ofuscado pelos medos subsequentes sobre o descontrole de seu foguete cair de volta à Terra.

Embora talvez um pouco menos atrativo do que essas mudanças, o plano da ESA é um empolgante esforço para proteger o transporte e a possível habitação humana fora da Terra.

David Parker, diretor da ESA, vê a Lua como um braço fora da Terra e que ainda não foi explorado. “A Lua é um repositório de quatro bilhões e meio de anos na história do sistema solar, mas mal começamos a desvendar seus segredos. Seria uma exploração sistemática do nosso oitavo continente”, segundo ele.

Além disso, a ESA enumerou alguns dos benefícios que o programa poderia proporcionar. Alguns deles: missões poderiam pousar em qualquer lugar do satélite, rádio astrônomos seriam capazes de estabelecer observatórios no lado escuro da Lua, rovers se moveriam mais rápido na superfície lunar, seria possível a operação remota de veículos lunares e, talvez o mais importante, haveria a oportunidade de colocar instrumentos científicos permanentemente na Lua e em órbita lunar, economizando espaço de carga útil e custos em futuras missões extraterrestres.

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Visando parcerias, a Agência Espacial Europeia selecionou algumas empresas de satélites para construir a rede, incluindo a Surrey Satellite Technology, que anteriormente recebeu um contrato para trabalhar no Lunar Pathfinder da ESA. Após o período de estudo de mais ou menos um ano e meio (analisando a viabilidade do projeto), o objetivo é apresentar o plano ao Conselho de Ministros da ESA para implementação até 2022, visando que os primeiros satélites operacionais cheguem à Lua no final desta década.

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