As armas feitas em impressora 3D estão ainda melhores (e mais preocupantes)

Um carpinteiro de 47 anos que usa o pseudônimo Derwood divulgou um vídeo de sua arma semiautomática feita em casa, chamada de Shuty-MP1.

Em 2013, um estudante de direito de 25 anos no Texas disse que iria usar impressão 3D para criar uma arma. Ninguém o levou a sério. Então ele cumpriu o prometido, com sucesso. E, em seguida, um monte de gente começou a fazer o mesmo. Agora, isso se tornou tão fácil que a tecnologia é usada para algo mais avançado – uma arma semiautomática.

>>> A evolução das armas de fogo feitas em impressora 3D

Um carpinteiro de 47 anos que usa o pseudônimo Derwood divulgou um vídeo de sua arma semiautomática feita em casa, chamada de Shuty-MP1.

arma semiautomatica shuty mp1

Segundo a Wired, o corpo da arma e o carregador (onde fica a munição) são feitos de plástico PLA, utilizado pela maioria das impressoras 3D. No entanto, a Shuty-MP1 não é 100% impressa: Derwood comprou componentes para alguns dos maiores pontos de falha, incluindo o cano, percussor e pino de disparo.

Armas completamente feitas na impressora 3D geralmente têm o hábito de quebrar. O calor do disparo derrete o plástico, então usar a arma para disparar vários tiros na sequência – algo esperado de uma semiautomática – seria insustentável.

Na verdade, Derwood diz que o plástico ao redor do cano começa a derreter e se deformar após 18 tiros, a menos que ele possa esfriar. Uma versão impressa em nylon poderia aumentar a tolerância da arma para o estresse e calor, e Derwood está trabalhando nisso.

O debate sobre armas feitas em impressora 3D ainda continua. Elas são perigosas, podem ser usadas para matar pessoas, então deveria haver algum tipo de supervisão. Afinal, é relativamente fácil ligar uma máquina, esperar algumas horas e obter uma arma de plástico durável o bastante para disparar vários tiros.

Mas, nos EUA, é um direito de todo cidadão portar e fabricar armas. Trata-se de algo completamente legal, desde que você não venda as armas que fizer. É que, historicamente, fabricar armas sempre foi um esforço muito difícil, exigindo habilidades em metal e madeira para fazer uma arma robusta e confiável.

Enquanto isso, imprimir uma arma que dispara balas não exige quase nenhuma habilidade. Cody Wilson, o estudante de direito que ganhou fama por criar a primeira arma totalmente impressa em 3D, nem sabia como operar uma impressora 3D quando começou o projeto. Levou menos de um ano para projetar e imprimir sua primeira arma, a “Liberator”.

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Em seguida, ele fez upload dos arquivos que permitem que qualquer pessoa imprima a arma em casa gastando US$ 25 – tendo o equipamento necessário, é claro – e mais de 800.000 pessoas fizeram download antes de o Departamento de Estado derrubar os arquivos. (Derwood diz que não irá publicar os arquivos CAD que ele usou para fazer a Shuty-MP1.)

Nos últimos anos, vimos a tecnologia de sinterização a laser produzir armas de metal impressas em 3D que podem disparar milhares de vezes e são praticamente indistinguíveis de armas tradicionais. Vimos rifles ​​que são inteiramente impressos em 3D. Vimos até mesmo balas personalizadas, feitas especificamente para funcionar com armas impressas em 3D.

É algo preocupante, e que vai se intensificar, pois imprimir uma arma em casa vai ficar ainda mais fácil. Só este ano, vimos duas impressoras 3D voltadas a consumidores e que combinam materiais diferentes. Isso significa que pessoas experientes e dispostas a gastar alguns milhares de dólares podem imprimir objetos de calcário, bronze e ferro.

ghost gunner

E há equipamentos específicos à venda para fazer armas. A empresa de Wilson, Defense Distributed, vende uma fresadora CNC que pode fazer peças de metal para complementar peças de arma impressas em 3D; ela custa US$ 1.200.

Há duas grandes limitações por enquanto: impressoras 3D capazes de fazer armas funcionais ainda são bem caras para o consumidor médio; e as armas são menos duradouras do que deveriam. Mas este é um debate que continuará no futuro, à medida que os designs e as impressoras evoluem.

[Wired]

Colaborou: Alex Cranz.

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