Cientistas da China conseguem reviver cérebro morto após 50 minutos
Cientistas da China realizaram uma façanha inédita ao reviver a atividade do cérebro de um porco 50 minutos após a morte. A equipe de cientistas da Universidade Sun Yat-Sen, em Guangzhou, queria explorar um método para reduzir lesões cerebrais em humanos após paradas cardíacas.
Em um estudo publicado na última semana, os cientistas explicam que a parada cardíaca súbita continua sendo uma das principais causas de mortalidade. As lesões no cérebro são comuns em mortes após reanimação cardíaca devido à restrição na circulação sanguínea.
O cérebro consegue suportar isquemias por até oito minutos, sendo uma limitação para o sucesso da reanimação cardíaca. Por isso, os cientistas da China buscaram um método de reviver o cérebro em uma janela de tempo maior.
O segredo do sucesso do experimento, que teve a participação de 17 porcos, foi a incorporação do fígado no sistema de suporte de vida para reviver o cérebro após o tempo de sustentação de isquemias.
Os cientistas dividiram os porcos em dois grupos, induzindo isquemia no cérebro de um grupo por meia hora. Um dos grupos também teve isquemia no fígado, resultando em um número significativamente menor de lesões cerebrais.
Em seguida, os cientistas incorporaram um fígado saudável de um porco sacrificado para explorar o impacto na janela de tempo de uma reanimação.
Como os cientistas conseguiram reviver cérebro após 50 minutos
Novamente, os porcos foram separados em dois grupos. Um desses tinha um sistema básico de suporte à vida, incluindo pulmões e corações artificiais.
O segundo grupo adicionou o fígado ao sistema de suporte à vida, ou máquina de perfusão cerebral normotérmica assistida pelo fígado.
Assim, os cientistas exploraram diferentes intervalos de tempo ao conectar os cérebros ao sistema do fígado em intervalos de 30 minutos, 50 minutos, uma hora e quatro horas.
Os resultados mostraram que os cientistas conseguiram reviver o cérebro morto após 50 minutos, sendo este o maior intervalo. Conforme o estudo, o cérebro apresentou atividade elétrica e permaneceu vivo por seis horas até a conclusão do experimento.
Com a descoberta, os cientistas demonstram a importância do fígado após paradas cardíacas, mas é preciso estudos futuros sobre lesões cerebrais para entender a taxa de reanimação.