Cientistas rejuvenescem as células da pele em 30 anos

Técnica aplicada de cientistas britânicos permitiu às células produzirem mais colágeno e curarem feridas mais rapidamente
Células da pele
Imagem: Gill et al./Reprodução

Pesquisadores do Instituto Babraham, no Reino Unido, foram capazes de rejuvenescer células da pele em 30 anos. O feito foi relatado na revista científica eLife.

Para entender o estudo, é preciso conhecer o método desenvolvido por Shinya Yamanaka, primeiro cientista a transformar células normais em células-tronco, em 2007. Basicamente, o pesquisador encontrou uma forma de reprogramar as células e deixá-las mais versáteis, sendo capazes de se desenvolver em diferentes tecidos do corpo. 

O método de Yamanaka, que rendeu um Nobel ao cientista em 2012, leva 50 dias para ser concluído e, ao final, a célula perde sua funcionalidade original. Agora, a equipe de pesquisadores britânicos percebeu que, ao interromper o processo mais cedo, a célula não se torna uma célula-tronco, mas sim uma célula jovem. 

Para o estudo, foram utilizadas células da pele de três doadores humanos, com idade média de 50 anos. As amostras foram expostas ao método de Yamanaka por apenas 13 dias, o que foi suficiente para que as células ficassem 30 anos mais jovens.

Ou seja, células de 53 anos estavam se comportando como se pertencessem a uma pessoa de 23 anos. Os cientistas não só observaram uma maior produção de colágeno, como também mostraram que as células reprogramadas agiram mais rápido no tratamento de feridas artificiais quando comparadas as células originais.

A aplicação na área cosmética é a primeira coisa que vem a mente, mas essas células não se restringem a isso. No futuro, cientistas podem usar a tecnologia para restaurar ossos frágeis, curar ligamentos e feridas na pele. Como a célula utilizada seria retirada e colocada no mesmo paciente, há também menos risco do corpo rejeitá-la, alcançando sucesso no tratamento. 

Por enquanto, a técnica foi aplicada apenas em camundongos geneticamente modificados. De acordo com os cientistas, os animais mostraram sinais de rejuvenescimento no pâncreas, o que indica certo potencial para o combate à diabetes.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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