Os maiores destaques desta que foi a MWC mais importante da história recente
Embora a Samsung tenha se antecipado à próxima geração de smartphones lançando o Galaxy S10 alguns dias antes do início da Mobile World Congress, a feira deste ano foi bastante especial se comparada com as edições anteriores.
Havia uma energia forte no período que antecedeu o evento, impulsionada por rumores de tecnologias inovadoras, e, quando ela chegou ao fim, parecia que havíamos entrado em uma nova era, tanto para dispositivos quanto para comunicação sem fio.
E mesmo sendo a maior feira de dispositivos móveis do mundo, muita coisa aconteceu em apenas uma semana. Aqui está um breve resumo dos cinco tópicos mais importantes da MWC 2019.
Dispositivos dobráveis chegaram com força
A Royole deu a largada para os smartphones dobráveis no final de 2018, mas o seu FlexPai mostrou que, embora dispositivos dobráveis fossem possíveis, ainda era preciso melhorar muito.
Na MWC, as comportas de gadgets flexíveis se abriram com o Samsung Galaxy Fold e o Huawei Mate X, com componentes e designs que pareciam várias gerações à frente de outros produtos vistos anteriormente.
É importante notar, no entanto, que não foi apenas a Samsung e a Huawei que trouxeram dispositivos flexíveis para a feira. A Nubia, conhecida por ter conceitos malucos, incluindo celulares de duas telas e o primeiro telefone a ter iluminação RGB, mostrou uma visão mais refinada de seu híbrido de relógio e celular chamado Alpha.
A TCL, por sua vez, não tem planos de lançar um dispositivo dobrável até 2020, mas ainda assim trouxe para Barcelona alguns conceitos de dispositivos flexíveis.
Telas dobráveis têm o potencial de alterar a forma como muitos gadgets são criados. A MWC 2019 foi a grande estreia desses caras, e é importante observar que este é apenas o começo. O Galaxy Fold custa pouco menos do que US$ 2.000 e o Mate X chega por US$ 2.600. Esses valores mostram que a primeira onda de aparelhos dobráveis não será nada acessível.
Além disso, há muitas preocupações sobre o design desses aparelhos, especialmente quando se trata de durabilidade. A maioria dos aparelhos dobráveis parecem ser bem grossos, outro obstáculo a ser superado para as próximas gerações.
Uma prévia do avanço na fotografia em smartphones
Foto: Sam Rutherford/Gizmodo
O número de câmeras em smartphones vem crescendo há algum tempo, mas o Nokia 9 PureView entrou em uma nova dimensão.
A companhia equipou seu mais recente topo de linha com cinco sensores – dois RGB e três monocromáticos – e contou com a ajuda da Light e da Qualcomm para fazer todas essas câmeras funcionarem juntas.
O resultado? Um telefone que promete capturar uma infinidade de detalhes e mais de mil níveis de sensibilidade de profundidade de campo com apenas um toque do obturador. Esse é o tipo de dispositivos que poderia atrair muitos fotógrafos profissionais, mas precisamos esperar até que possam ser realizados testes profundos com o Nokia 9.
Enquanto isso, a fabricante chinesa Oppo demonstrou um protótipo de smartphone com um zoom óptico de 10x, que basicamente usa um periscópio para ultrapassar os típicos limites do zoom 2x.
Além disso, cerca de um mês antes da MWC, a Samsung adquiriu a CorePhotonics, a empresa responsável pela tecnologia por trás dessa funcionalidade do Oppo, o que significa que o zoom de 10x pode chegar em um grande lançamento da fabricante sul-coreana.
Por fim, a Huawei já provocou a concorrência dizendo que “reescreverá as regras da fotografia” com o lançamento do P30, programado para o final de março.
Nosso futuro holográfico continua distante
Foto: Sam Rutherford/Gizmodo
Quando a Microsoft anunciou o HoloLens em 2015, as pessoas não sabiam o que fazer com ele. Era diferente da realidade virtual e muito mais do que uma simples realidade aumentada.
Com o passar dos anos, a plataforma de realidade mista da Microsoft se transformou em uma ferramenta capaz de mudar a forma como as empresas ensinam, treinam e capacitam seus funcionários.
Com a chegada de um headset de segunda geração, o HoloLens 2 ganhou maior conforto e ergonomia, o dobro do campo de visão e precisão de rastreamento de mãos e olhos que permite interagir com hologramas como se fossem reais.
A Microsoft criou ainda novas suítes de software para ajudar as empresas a colocar o HoloLens 2 em operação com mais rapidez, além de oferecer ferramentas para personalizar o design do headset de acordo com as necessidades.
Mas o triste é que, para os meros mortais, o preço de US$ 3.500 (ou US$ 125 por mês) ainda é proibitivo. Não há dúvida de trata-se de uma tecnologia incrível, mas ainda estamos longe do momento em que esse será um aparelho acessível, que várias pessoas terão em casa.
Os aparelhos prontos para 5G chegaram
A LG até colocou um logo 5G na parte de trás do LG V50 5G que irá acender quando conectado à rede. Foto: Sam Rutherford/Gizmodo
Apesar de todo o auê sobre como o 5G vai mudar a comunicação móvel, grande parte dessa discussão tem sido acadêmica. Isso porque há pouquíssimos pontos de acesso 5G e ainda não havia nenhum aparelho compatível com a nova rede.
Durante a feira, tivemos o anúncio do Galaxy S10 5G, do LG V50 5G e do Huawei Mate X. Além deles, OnePlus, Oppo, ZTE e outras mostraram protótipos de modelos compatíveis com a rede.
Apesar dos anúncios, só poderemos falar da rede com propriedade quando eles chegarem ao mercado. A previsão é que os primeiros seja lançados durante o segundo trimestre de 2019.
Mas ainda teremos que esperar as redes 5G
Foto: Sam Rutherford/Gizmodo
Para uma feira que tinha 5G estampado em tudo quanto é lugar, não havia muita informação concreta ou uma previsão que nos dissesse quando as redes 5G estarão disponíveis.
Dentre as quatro grandes operadoras dos EUA, a maior revelação veio da Sprint. A companhia previu que as primeiras quatro cidades com a rede 5G seriam “muito provavelmente” lançadas em maio. Enquanto isso, Verizon, AT&T e T-Mobile ficaram em silêncio sobre a chegada de suas redes. A expectativa por lá é o parao segundo semestre de 2019.
Uma informação importante dada na feira veio do fundador da OnePlus, Pete Lau. Em um painel coorganizado pela Qualcomm, ele disse que a revolução 5G ocorrerá em três fases e que a primeira delas será a melhoria da velocidade da transferência de dados, que deve ocorrer nos próximos três ou cinco anos.
Somente quando as redes 5G estiverem funcionando, poderemos começar a construir ecossistemas completos de dispositivos compatíveis e software de inteligência artificial, na segunda fase. Por fim, a terceira fase de interconectar tudo.
Então, sim, o 5G está chegando, mas estamos só começando.