DNA prova: dupla de Pompeia que morreu abraçada não era mãe e filho
Análises de DNA feitas em conjunto por cientistas italianos e norte-americanos desmistificaram a tese sobre a identidade das vítimas da destruição de Pompeia, provando que a dupla que morreu abraçada não era mãe e filho.
Quando o Vesúvio entrou em erupção, no ano 79, a lava do vulcão matou a maioria da população da antiga cidade romana. Aliás, um estudo recente afirma que um terremoto contribuiu com a intensidade da tragédia, espalhando rochas vulcânicas que preservaram o cenário e a forma como as vítimas morreram.
Em 1863, arqueólogos desenvolveram um método para criar moldes de gessos de algumas vítimas de Pompeia, preservando o material genético de 104 pessoas.
Ao mesmo tempo, diversas narrativas se formaram sobre a identidade dessas vítimas, incluindo o corpo de uma pessoa adulta segurando uma criança nos braços.
Por muito tempo, acreditava-se que essa dupla de vítimas da erupção em Pompeia era uma mãe abraçando seu filho.
No entanto, um estudo publicado na quinta-feira (7) analisou o DNA de vários moldes de gesso das vítimas do Vesúvio, desmentindo todas as narrativas.
DNA revelou “plot twist” sobre dupla que morreu em Pompeia
Segundo os cientistas, o resultado das análises de DNA mostra que a dupla que morreu em Pompeia não era mãe e filho. Além disso, as duas vítimas eram do sexo masculino e não possuíam parentesco.
“Conseguimos refutar claramente a tese de arqueólogos sobre o vínculo familiar dessas vítimas”, afirmou Alissa Mittnik. Ela é geneticista do laboratório de Harvard que produziu os dados de DNA.
Contudo, segundo a cientista, as análises de DNA não conseguem revelar quem eram essas pessoas e “como elas interagiam entre si”.
“O adulto poderia ser um serviçal ou escravo, ou a criança poderia ser filha de serviçais que moravam na residência”, completa a cientista, exemplificando o número de possibilidades.
David Reitch, professor de genética de Harvard e co-autor do estudo, destaca que os dados científicos nem sempre se alinham ao senso comum ou a presunções. “A descoberta desafia as presunções tradicionais do papel de gênero e familiar”, diz o professor.