Estrela de iCarly, que denunciou abuso psicológico da mãe, faz 30 anos

A e-atriz Jennette McCurdy decidiu nomear sua autobiografia, que deve ser lançada em agosto, “Estou feliz que minha mãe morreu”. Ela revelou em entrevista os motivos por trás da escolha
Jennette McCurdy
Imagem: Reprodução/Nickelodeon

Neste domingo (26), Jennette McCurdy completa 30 anos. A ex-atriz, cantora, dubladora, diretora e compositora norte-americana teve sucesso interpretando Sam Puckett em “iCarly”, da Nicklodean.

McCurdy vem trabalhando em sua autobiografia, e revelou o processo por trás da capa do livro “I’m glad my mom died” (Em tradução livre: “Estou feliz que minha mãe morreu”). A ex-atriz explicou sobre o nome da obra em entrevista à Entertainment Weekly. 

A escolha do título mórbido da obra foi explicada da seguinte forma. Aos 6 anos de idade, McCurdy foi colocada pela mãe na vida de artista. Segundo a ex-atriz, a obra será “tão engraçada quanto triste”. Na capa do livro, Jennette segura uma urna com papeizinhos picados como se fossem confetes. Se liga só:

Jennette McCurdy

Imagem: Reprodução/Instagram

 

“Por fim, escolhi uma expressão facial que considero sincera, um pouco magoada e um pouco esperançosa,” continuou a ex-atriz. McCurdy ressaltou como o assunto é abordado na obra: “Foi importante para mim explorar o abuso emocional e psicológico que sofri durante meu tempo como jovem artista”.

“Sinto que não tinha as ferramentas, linguagem ou apoio necessários para falar por mim mesmo naquela época. Então, este livro é uma maneira de não apenas honrar essa experiência e dar voz ao meu antigo eu, mas espero encorajar os jovens a falarem por si mesmos em ambientes onde podem ser condicionados a apenas ‘jogar bola’ e ‘ser bom no esporte’”, acrescentou a atriz. 

No livro, Janete conta como o relacionamento tóxico com a mãe a “empurrou” para estrelar na Nickelodeon. Isso motivou na jovem ansiedade e vergonha, que se manifestaram em distúrbios alimentares, vícios e uma série de relacionamentos não saudáveis.

A situação piorou quando a mãe dela, Debbie McCurdy, morreu de câncer em 2013, na mesma época em que ela entrou para o elenco de “Sam & Cat”, ao lado de Ariana Grande. A atriz deixou a carreira três anos mais tarde.

Jennette McCurdy

Foto: Reprodução/YouTube/Nickelodeon

No ano passado, Jennette McCurdy se abriu sobre sua infância conturbada em uma entrevista para a revista People. A atriz compartilhou que aos 6 anos, apesar de ser “extremamente tímida”, ela começou a fazer audições para papéis porque sentia que era seu “trabalho manter a paz” e “queria fazer sua mãe feliz”. 

Com isso, Debbie se preocupava cada vez mais com a aparência da filha, e passou a clarear seus cabelos e seus dentes quando ela tinha 10 anos. Até completar 17, sua mãe também insistia em fazer exames vaginais e de mama, e nunca deixava que a filha tomasse banho sozinha. 

Durante a conversa, ela relatou que passou a contar as calorias que comia aos 11 anos: “Minha mãe me dizia que podia me ensinar a contar calorias e que seríamos um time, mas que eu precisava guardar segredo sobre isso. Achei que era uma oportunidade para sermos mais próximas“, relembrou. McCurdy contou que vivia com 1,000 calorias por dia mas que, às vezes, comia menos porque “queria deixar a mãe orgulhosa”. 

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Quando conseguiu o papel em iCarly, aos 15 anos, ela já sofria de anorexia: “Ironicamente, a marca da minha personagem é que ela amava comida. Eu tinha cenas em que precisava comer e eles tinham um balde para eu cuspir, mas eu ficava aterrorizada que as calorias continuariam no meu corpo.”

“Eu sei que se minha mãe estivesse viva, eu ainda teria um transtorno alimentar”, disse a ex-atriz, que se recuperou da bulimia, da anorexia e do alcoolismo em 2018. Ela destacou que começou a consumir bebidas alcoólicas na adolescência como uma forma de se rebelar contra o controle que tinha em casa. “Apenas a distância dela me permitiu ficar saudável”, disse McCurdy. O livro deve ser lançado em agosto deste ano.

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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