Estudo aponta que as estrelas hoje brilham menos no céu
A cada dia que passa, torna-se mais difícil observar as estrelas. Não há nenhum fenômeno astronômico envolvido, mas sim a culpa dos próprios humanos que continuam construindo fontes de iluminação artificial e clareando o céu. Os astros, por sua vez, acabam sendo ofuscados.
A situação foi escancarada em um novo estudo publicado na revista Science. Nele, cientistas do Centro Alemão de Pesquisa em Geociências (GFZ-Potsdam) estimaram que o céu noturno se torna 10% mais brilhante a cada ano que passa. Os dados foram coletados entre 2011 e 2022 por mais de 50 mil astrônomos amadores.
A coleta de dados foi feita por voluntários, que buscavam pela constelação de Orion no céu. A visão dos cientistas cidadãos era então combinada com uma série de gráficos que mostrava o aumento de estrelas nas redondezas.
A mudança é maior do que os pesquisadores esperavam. Em exemplo dado à Associated Press, a equipe explicou que, caso 250 estrelas estejam visíveis no céu no dia do nascimento de uma criança, o número de astros brilhantes cairá para cem em seu aniversário de 18 anos.
O céu noturno é usado como guia para os humanos desde os primórdios das civilizações. Mais do que isso, ele é fonte de inspiração para a arte, a literatura e, sobretudo, a ciência.
Não são apenas os humanos que perdem com o ofuscamento das estrelas. Pássaros canoros migratórios, por exemplo, usam as luzes dos astros para se orientar durante a noite. O mesmo ocorre com as tartarugas marinhas recém nascidas, que seguem o brilho em direção ao oceano.
Pesquisas anteriores já haviam estimado o aumento anual do brilho no céu em cerca de 2% ao ano. Porém, esses artigos tiveram como base imagens de satélite que não detectam a luz emitida por lâmpadas LED, o que causa um buraco nas informações.