Falta de peças da China causam férias coletivas em fábricas de LG e Motorola

A fabricação nacional de eletrônicos, principalmente celulares, vem sendo afetada pelo coronavírus e as fábricas de LG e Motorola serão parcialmente paralisadas, com férias coletivas.
Imagem: Alessandro Feitosa Jr/Gizmodo Brasil

A fabricação nacional de eletrônicos, principalmente celulares, vem sendo afetada pelo coronavírus. Os primeiros impactos reais já surgiram, com paralisação parcial de fábricas em Taubaté (SP) e Jaguariúna (SP), de LG e Motorola, respectivamente.

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De acordo com Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindmetau), a única fábrica local afetada por enquanto foi a da LG. Há mais de uma semana, o sindicato recebeu o aviso que 330 de cerca de 450 funcionários da divisão de fabricação de celulares entrariam de férias coletivas. Nesta segunda-feira (2), 200 pessoas foram notificadas e voltam somente daqui a 10 dias.

Segundo a assessoria de imprensa da Sindmetau, a fábrica alega que algumas fornecedoras estão com atividades paralisadas na China e, por isso, não estão chegando as peças necessárias. Não há detalhes de quais itens estão em falta.

Já em Jaguariúna, onde fica a Flextronics, que produz para a Motorola, os funcionários ficaram de férias coletivas entre os dias 17 e 28 de fevereiro. De acordo com uma reportagem da Folha de S. Paulo, cerca de 80% dos 3,2 mil funcionários da linha de produção ficaram em casa.

José Franscico Salvino, presidente do SindMetal de Jaguariúna, disse ao Gizmodo Brasil que a paralisação também está relacionada com a falta de peças vindas da China, por conta do surto de coronavírus. Os funcionários que estiveram de férias voltaram hoje, mas já há uma nova data de descanso parcial: de 9 a 20 de março, cerca de 50% dos funcionários precisarão ficar em casa. Ele diz que o sindicato e os trabalhadores estão preocupados com a situação.

A Folha diz ainda que a fábrica da Samsung em Campinas realizou uma pausa entre os dias 12 e 14 de fevereiro, mas que os funcionários iriam compensar esses três dias. O Gizmodo Brasil encontrou em contato com o sindicato da região para saber se o cenário mudou, mas fomos informados que as atividades continuam normalmente.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que representa o setor, 57% das empresas associadas estão com problemas no recebimento de materiais importados da China. O grupo diz não ter informações individualizadas de cada empresa e que trata do tema setorialmente.

Sobre as peças que estão em falta, a associação afirma que não possui essa informação, uma vez que cada empresa dispõe de sua cadeia de fornecimento – a entidade, porém, enviou uma tabela com os produtos mais importados do país asiático e o top 5 inclui: componentes para telecomunicações, semicondutores, módulos fotovoltaicos, componentes para informática e outros equipamentos de telecomunicações.

O surto de coronavírus tem afetado as empresas de tecnologia em todo o mundo. A MWC, feira anual de dispositivos móveis que acontece em Barcelona, na Espanha, foi cancelada. A Apple já avisou aos investidores que espera não cumprir com suas previsões de receita para o trimestre de março, assim como a Microsoft. A Samsung, por sua vez, culpou a doença pelo baixo desempenho das vendas inicias da linha Galaxy S20.

No último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicado no domingo, foram confirmados 87.137 casos de coronavírus ao redor do mundo. No mundo todo, 2.977 pessoas morreram da doença. O Brasil confirmou o segundo doente no final de semana e diz monitorar 252 casos suspeitos.

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