Grindr é retirado de lojas de aplicativos na China

Lista de restrições do uso de aplicativos e serviços vem crescendo no país nos últimos meses - e, agora, atrapalham até mesmo a paquera dos chineses

A lista de aplicativos banidos de lojas na China acaba de ganhar uma adição de peso: o Grindr, app de namoro focado no público LGBTQ.

O aplicativo está fora da Apple Store desde o dia 27 de janeiro, segundo indicou a reportagem da Bloomberg. De acordo com relatos, não é possível baixá-lo nos últimos dias também em lojas Android — como as operadas pela Huawei e Tencent, duas gigantes da tecnologia do país. A Play Store, loja Android do Google que é a mais famosa do ocidente não existe no território chinês.

A publicação relata que usuários haviam relatado instabilidade de conexão nas últimas semanas, envolvendo problemas com as curtidas e o recebimento/envio de mensagens dentro do app. Segundo a Apple Store, o aplicativo foi removido pelos próprios desenvolvedores. O Grindr não comentou a decisão.

O banimento aconteceu às vésperas do início dos Jogos Olímpicos de Inverno, que começam na China na próxima sexta-feira (4). Mas, para além do maior controle por conta do evento, há também uma tendência de regulação do governo chinês quanto a conteúdos e serviços que julga ilegais, pornográficos ou maliciosos.

A lista de restrições quanto ao uso de internet e aplicativos escalou nos últimos meses, com o tempo de jogatina online para crianças e adolescentes sendo reduzido a 3 horas por semana em agosto do ano passado. Além disso, o tempo limite de uso do TikTok também caiu para 40 minutos. A decisão foi justificada como necessária para “diminuir o vício em internet” dos jovens.

Por conta das novas regras do país, 106 aplicativos já haviam sido removidos de plataformas de marketplace em dezembro de 2021, por supostamente apresentarem problemas relacionados à privacidade. Em 2020, milhares de jogos mobile também tiveram o mesmo fim.

O cerco fechado vem fazendo, inclusive, que empresas encerrem suas atividades na China. Yahoo e Epic Games são exemplos de companhias que anunciaram suas saídas do mercado chinês, justificando a decisão por conta dos desafios impostos pelas regulamentações locais cada vez mais rígidas.

Guilherme Eler

Guilherme Eler

Editor-assistente do Giz Brasil, são-carlense e vascaíno. Passou pelas redações de Superinteressante, Guia do Estudante e Nexo Jornal.

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