Tecnologia

Justiça decide e Elon Musk pode ficar R$ 277 bilhões mais pobre

Juíza anulou pagamento recorde fruto de acordo entre a montadora Tesla e o bilionário. Entenda o entrave jurídico
Imagem: Wikimedia/Commons

Elon Musk sofreu um revés na justiça que pode custar uma parte considerável de sua fortuna. A juíza Kathaleen McCormick,do Delaware, nos EUA, bloqueou um pagamento de US$ 55,8 bilhões (R$ 277 bilhões) proveniente de um acordo firmado em 2018 entre o bilionário e a montadora Tesla.

Nos termos do acordo, o pagamento do valor não seria feito “à vista”, mas, sim, diluído em parcelas em um período de dez anos. No entanto, alguns acionistas não ficaram satisfeitos com o montante que seria cedido à Musk. O pagamento foi considerado excessivo por investidores, que também acusaram o conselho de não trabalhar de ser muito próximo ao CEO da companhia e não trabalhar de maneira verdadeiramente independente.

A juíza que julgou o caso classificou o pagamento, considerado o maior da história corporativa dos Estados Unidos, como “incomensurável”. O bilionário, que se manifestou contrariamente a decisão da justiça, ainda tem possibilidade de recorrer da sentença.

No X, o antigo Twitter, Musk disse: “nunca constitua sua empresa no estado de Delaware”. Em outra publicação, ele recomenda aos seus seguidores que, se forem abrir uma empresa, o faça em outros estados americanos como Nevada ou Texas, onde fica localizada a sede da Tesla.

Algo curioso a se destacar é que Delaware é considerado uma espécie de “paraíso fiscal” dentro dos EUA, com leis flexíveis para a criação de empresas. Não à toa, diversas grandes empresas têm suas sedes no estado americano. Na lista estão nomes como Alphabet (Google), American Airlines, Apple, Coca-Cola, Ford e Wal-Mart.

Na decisão, de 200 páginas, a juíza considerou que o pagamento foi aprovados por conselheiros que aparentavam, na verdade, ter alguma dívida com o bilionário. McCormick também concordou que o bilionário tinha uma relação muito estreita com alguns membros da alta administração da empresa.

Ira Ehrenpreis, atual presidente do comitê de remuneração, segundo a justiça, cultivava uma relação com Elon Musk há pelo menos quinze anos, enquanto Antonio Gracias, que também faz parte do comitê o conhece há mais de 20 anos e regularmente tira férias com sua família.

Segundo o entendimento da juíza, por conta dessa relação próxima com alguns diretores, não é surpreendente que os termos do acordo não tenham sido debatidos e negociados de maneira mais aprofundada. Musk deve recorrer da decisão. É possível, então, que essa história ainda se desdobre por um bom tempo.

Vinicius Marques

Vinicius Marques

É jornalista, vive em São Paulo e escreve sobre tecnologia e games. É grande fã de cultura pop e profundamente apaixonado por cinema.

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