Esta lesma-do-mar consegue remover a própria cabeça e formar um novo corpo
Já imaginou uma criatura capaz de remover a própria cabeça do resto do corpo e sair vagando por aí? Parece coisa de filme de terror, mas a lesma-do-mar Sacoglossa consegue fazer isso de forma muito casual, embora seja um pouco desagradável de assistir.
A descoberta foi feita por Sayaka Mitoh, da Universidade Feminina de Nara, no Japão. De acordo com o estudo, publicado na Science Direct, esse processo de remover a própria cabeça é conhecido como “autonomia”. Basicamente, o que a lesma-do-mar faz é dissolver os tecidos do pescoço, permitindo que ela se separe do corpo.
Uma característica interessante é que, mesmo sem o corpo, a cabeça da lesma continua vagando pelo mar e consumindo algas até formar um novo corpo. Essa é a primeira vez que os pesquisadores encontram um animal capaz de fazer isso de forma intencional. Sabemos que as lagartixas conseguem remover a própria cauda para escapar de predadores, mas isso é muito diferente de soltar a cabeça inteira.
Sacoglossan sea slugs don’t mind losing their heads. Not only can the sea slugs elect to detach their heads and survive, but they can regrow a whole new body. Read more in @CurrentBiology https://t.co/7ueo5HL0Vn@NaraWomensUniv
Video: Sayaka Mitoh pic.twitter.com/oL5bh9psQ7— Cell Press (@CellPressNews) March 8, 2021
Os pesquisadores ainda não sabem o motivo exato de as lesmas marinhas se livrarem do corpo, mas eles acreditam que isso pode estar relacionado a um comportamento de autopreservação. Após analisarem o corpo, já separado da cabeça, os autores do estudo descobriram que ele estava repleto de parasitas, enquanto que os novos corpos formados estavam totalmente saudáveis.
A técnica não parece se limitar a uma única vez na vida desses seres vivos. Uma das lesmas estudadas removeu a sua cabeça duas vezes durante o estudo. Além disso, os corpos antigos, contaminados com parasitas, continuaram reagindo a certos estímulos meses depois de serem separados da cabeça.
As cabeças, por sua vez, foram capazes de sobreviver e formar um novo corpo por meio do processo de fotossíntese. As lesmas-do-mar estudadas conseguiram se regenerar completamente após três semanas, em média.