Netflix cai 10% na bolsa após ter baixo crescimento e por expectativa de lançamento de vários concorrentes

Crescimento abaixo da expectativa do número de usuários e expectativa de concorrentes fez com que Netflix apresentasse queda na bolsa de valores.
Cena da série Stranger Thing, da Netflix
Netflix

A Netflix gostaria de informar a você que apesar da onda de especulações, não mostrará propagandas para os usuários. A companhia queridinha do mercado financeiro está subitamente perdendo assinantes e os executivos parecem um pouco sensíveis a isso. No relatório de resultados financeiros — no qual revelou que está perdendo assinantes nos EUA, um dos seus principais mercados — a empresa negou explicitamente qualquer insinuação sobre anúncios.

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No último trimestre, a Netflix perdeu 126 mil assinantes nos EUA, uma derrota que a companhia creditou à sua lista de conteúdos, além do aumento do preço de assinatura (algo que também rolou aqui no Brasil). A companhia também disse que o número de assinantes globais teve um acréscimo de 2,7 milhões, bem abaixo dos 5 milhões previstos pela empresa. As ações da companhia caíram mais de 10% nesta quarta-feira (17) após a divulgação do relatório de resultados financeiros. E, como a companhia reconhece, Disney, Apple e a WarnerMedia ainda nem estrearam suas plataformas.

De acordo com a Bloomberg, este foi o pior relatório de resultados financeiros da Netflix desde 2011, quando dividiu seus negócios de streaming e de DVD, provocando um êxodo de mais de 800 mil assinantes.

É difícil de se identificar uma única razão para a súbita perda de assinaturas, mas a empresa enfrentou um fluxo constante de notícias alertando que a adição de publicidade à Netflix seria algo inevitável — seja no serviço tradicional ou em uma camada da plataforma.

A companhia também precisa enfrentar seus concorrentes de forma consistente — vale lembrar que o serviço perderá conteúdos de sucesso, como The Office e Friends, em breve. Ainda que isso não deve acontecer já, com alguma frequência são publicados relatos o assunto, o que talvez lembre indiretamente as pessoas de cancelar suas assinaturas.

“Nós, como a HBO, estamos anunciando de graça”, disse a companhia. “Isso continua sendo uma parte profunda da nossa proposta de marca; quando você ler especulações de que estamos nos mobilizando para vender publicidade, tenha certeza de que isso é falso. Acreditamos que teremos um negócio mais valioso a longo prazo, deixando de competir pela receita publicitária. Em vez disso, estamos concentrados na competição pela satisfação do espectador”.

Isso, na verdade, é a empresa se gabando que por não ter publicidade tornou um dos seus bons conteúdos originais, no caso Stranger Things, em uma série de itens licenciados, além de ações de product placement em episódios da série (a Fast Company chegou a brincar que a série estava virando quase uma “Sponsored Things”). Mas, se um estudo recente for levado a sério, a Netflix poderia potencialmente perder cerca de um quarto de seus assinantes ao adotar um modelo com anúncio. Por isso, a empresa tem se apoiado na tese de “satisfação do espectador” o quando puder, antes de ter de competir com os outros 300 serviços de streaming que devem entrar na briga.

E a boa notícia disso tudo? Não terá anúncios na Netflix pelo menos num futuro próximo. E a má notícia (para a Netflix)? A companhia precisará considerar seriamente sua estratégia de conteúdo pós-Stranger Thing, se ela quiser consertar essa bagunça antes que os concorrentes sejam lançados.

Por ora, a única medida anunciada pela empresa é um plano somente móvel (que não permite transmitir para TV) para os consumidores da Índia. Isso já está em teste há um tempo por lá e, parece, que a ideia da Netflix é apostar no segundo país mais populoso do mundo para aumentar sua base de assinantes.

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