O que acompanhar na COP27, o maior encontro climático do mundo

A COP27 reunirá líderes de todo o mundo no hotel Jolie Ville em Sharm El-Sheikh, no Egito, entre 6 e 18 de novembro de 2022.
O que acompanhar na COP27, o maior encontro climático do mundo?
Imagem: Jolie Ville/Reprodução

A 27ª Conferência do Clima das Nações Unidas, encontro conhecido como COP27, começa neste domingo (6) em Sharm El-Sheikh, no Egito. Ali, líderes globais discutem as decisões que guiarão os próximos passos para conter as mudanças climáticas no mundo. 

Diferente da última edição, em Glasgow, na Escócia, novas pautas devem entrar no itinerário em 2022, como a crise de energia impulsionada pela Guerra da Ucrânia e os danos climáticos que só crescem em todo o planeta. 

As temperaturas estão aumentando, todos sabemos, mas será que estamos prontos para mitigar os efeitos das mudanças climáticas? Por quais adaptações precisamos passar – e nos preparar? Essas devem ser as questões centrais da conferência em 2022. 

Não é por acaso. No Paquistão, mais de 1,7 mil pessoas morreram após inundações e secas só em 2022. Além disso, bilhões de dólares foram perdidos em danos em infraestruturas. 

As discussões sobre como pagar por tragédias como essa devem ficar no centro das atenções em Sharm El-Sheikh. Afinal, o que os países ricos estão fazendo para ajudar os mais pobres a se adaptarem ao aquecimento global? 

A seguir, confira alguns assuntos pelos quais vale a pena ficar de olho durante a COP27, que se estende até 18 de novembro. 

Países mais ricos ajudarão os mais pobres? 

Os países industrializados têm responsabilidade pelos gases de efeito estufa. Eles se beneficiam economicamente enquanto nações de baixa renda pressionam, há décadas, pela indenização dos danos. 

Depois da pandemia, a COP26 mostrou que esses esforços vêm ganhando força. Em Glasgow, os países desenvolvidos concordaram em estabelecer um diálogo sobre o tema. Agora, as nações mais pobres pedem ação no Egito. 

É difícil que os EUA e UE (União Europeia) assinem um “cheque em branco” para cobrir qualquer dano climático no futuro. Ainda assim, os líderes já se movimentam para criar um mecanismo de ajuda financeira contra desastres específicos relacionados ao clima. 

Se isso não acontecer agora, é uma questão de tempo até que países de baixa renda tornem este um assunto de suma prioridade, disse Danielle Falzon, socióloga da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, à revista Nature

O quanto avançamos 

A COP27 também deve fazer um balanço global do progresso das metas climáticas. A avaliação integra as metas do Acordo de Paris, que exige um estudo a cada cinco anos. 

Limite às emissões 

No ano passado, mais de 150 países apresentaram novos compromissos climáticos depois do Pacto Climático de Glasgow. A partir deste acordo, a ONU (Organização das Nações Unidas) vai avaliar se as metas anuais fazem sentido. 

Se os países cumprirem todos os compromissos, as emissões de carbono podem cair em mais de 5,5 bilhões de toneladas por ano até 2030. A estimativa é do think tank norte-americano WRI (Instituto de Recursos Naturais, na sigla em inglês). 

O número é o mesmo que eliminar as emissões de carbono de um ano inteiro dos EUA – o segundo maior emissor do mundo, só atrás da China. É um bom volume, mas ainda está muito aquém do necessário para limitar o aquecimento global de 1,5ºC a 2ºC. 

Mitigação e adaptação 

No Egito, um dos principais pontos de discussão deve ser o desenvolvimento de um novo programa de trabalho para mitigar as mudanças climáticas. 

Apesar da complexidade, que envolve negociações políticas e possíveis empecilhos econômicos, o programa deve se concentrar em formas para as nações atingirem metas amplas em setores específicos, como na eletricidade, transporte e agricultura. 

Brasil na COP27

O Brasil deve ser um dos destaques da conferência em 2022. O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, viaja para o evento já nesta segunda-feira (7). Ele deve chamar a atenção para o potencial energético do país. Ainda não está claro se o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), comparecerá ao evento.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito para um terceiro mandato no último domingo (30), também estará presente. O petista chega em Sharm El-Sheikh no dia 14 e deve falar sobre a crise do clima e preservação da Amazônia, pontos que colocou como centrais para o futuro governo.

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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