Perigo em alto mar: surto de norovírus atinge navios de cruzeiros
Assim como a indústria de cruzeiros continua a crescer, o norovírus também aumentou sua presença nos navios de cruzeiro em alto mar em 2024. De acordo com o Centro de Prevenção e Controle de Doenças dos EUA (CDC), 2024 registrou o maior número de surtos gastrointestinais em navios de cruzeiro em mais de uma década.
Em 2024, houve 16 surtos em cruzeiros, incluindo o norovírus, salmonelas, o E. coli e outros patógenos que causam sintomas gastrointestinais como diarreia e vômito.
Apenas em dezembro, 900 pessoas que viajavam em cruzeiros foram vítimas do norovírus, representando um aumento tanto na frequência quanto na gravidade dos surtos.
Os dados do CDC apontam o norovírus como a principal causa da maioria desses surtos. O vírus é extremamente contagioso e é o principal transmissor da gastroenterite.
O norovírus se espalha facilmente em ambientes que facilitam a proximidade de pessoas, como navios de cruzeiro, e preocupa as autoridades dos EUA. Atualmente, o país vive um surto crescente de norovírus, cuja transmissão ocorre ao contaminar comida e água com pequenas partículas de fezes ou vômitos.
Além disso, o norovírus pode ser transmitido via superfície e por contato humano, com a maioria dos surtos ocorrendo em hospitais, restaurantes e locais de repouso.
Crianças e idosos formam o grupo de risco do norovírus e a primeira morte pelo surto em navios de cruzeiro foi divulgada nesta segunda-feira (6).
Primeira morte por surto de norovírus em navios de cruzeiro
Em outubro de 2024, o britânico Alan Forster, de 77 anos, morreu por insuficiência renal após contrair o norovírus em um dos navios de cruzeiro que registraram surtos.
Forster contraiu o vírus na segunda semana a bordo de um cruzeiro que duraria um mês, apresentando sintomas como diarreia e vômitos durante a viagem no navio Arcadia.
O surto de norovírus no navio Arcadia, da empresa P&O Cruises, entre 3 de setembro e 3 de outubro, afetou 128 dos 1.959 passageiros.
Após a notícia da primeira morte, publicada por veículos britânicos nesta segunda-feira (6), a P&O Cruises afirmou estar triste por receber uma carta dos advogados de Forster solicitando indenização pela morte do idoso.
De acordo com a empresa, os advogados informaram a morte de Forster cerca de três semanas após o idoso desembarcar do cruzeiro.
“Uma análise preliminar indicou que, quando os médicos foram informados sobre a saúde frágil do Sr. Forster, o atendimento foi iniciado [no navio] e, posteriormente, cuidados especializados foram realizados em um hospital próximo à costa”, disse um porta-voz da empresa.
A P&O ressaltou que vai conduzir investigações feitas sobre as alegações dos advogados e responderá de maneira apropriada após completar a investigação.
Jatinder Paul, advogado da família do britânico, considera preocupante o quão rápido a saúde de Forster se deteriorou após a infecção do norovírus. Além disso, Paul destaca que é crucial investigar as falhas a bordo do cruzeiro, bem como os atrasos para fornecer o tratamento médico ao idoso.
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