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[Review] Moto G8: não se mexe (muito) em time que está ganhando

Moto G8, da Motorola, ficou maior, com mais memória RAM e ganhou 3 câmeras traseiras. Modelo tem bom custo benefício, apesar de variação de preço recente.

Moto G8

Fotos por Guilherme Tagiaroli/Gizmodo Brasil

A linha Moto G é um sucesso no mercado já há um tempo por aliar um preço baixo com boas especificações. Disponível desde 2013, a série de aparelhos atingiu o marco de 100 milhões de unidades vendidas no mundo, e 40% deste volume foi comprado por consumidores brasileiros.

Os números não são à toa e todo ano, imagino, o desafio da empresa é tentar manter esta ideia de um aparelho bom e que não custa muito caro. Na edição deste ano, com o Moto G8, é possível dizer que a Motorola continua incrementando novos itens de aparelhos mais sofisticados à sua linha intermediária e que, como nos anos passados, deve ser um dispositivo a ser considerado pela maioria das pessoas.

Usando

Quem já teve aparelho da marca, já sabe mais ou menos o que esperar. O Moto G8 tem um corpo de plástico e vem com uma capinha transparente. Ele tem entrada USB-C, conector de áudio de 3,5 mm (P2) e sensor de digital na traseira. As Moto Ações também continuam lá, então dá para configurar para acionar a lanterna com um chacoalhão ou abrir a câmera.

É legal que ele já sai da caixa com Android 10. Você liga o smartphone e rola um tutorial que ensina a usar os gestos próprios do sistema. Se não curtir isso, pode voltar com os três botões clássicos do Android.

Moto G8

O que é?
Edição de 2020 da linha de smartphones intermediários da Motorola.
Preço:
R$ 1.599 (preço sugerido na loja oficial da Motorola)
Curti
Bom conjunto de especificações, vem com capa, múltiplas câmeras e ainda tem porta P2
Não curti
Fotos à noite não são boas, merecia um carregador mais potente

Comparado com seu antecessor, o Moto G7, que eu também tive a oportunidade de testar, o Moto G8 tem uma tela um pouco maior (6,4’’ versus 6,24’’), mais câmeras traseiras (três versus duas), uma bateria mais generosa (4.000 mAh versus 3.000 mAh) e um processador atualizado (Snapdragon 665 versus Snapdragon 632).

A tela em si está bem grande, e ela conta com uma moldura suficiente para segurá-lo sem toques involuntários. A resolução é HD e não me incomodou. Agora, o que não é muito legal é o brilho da tela sob Sol forte, ainda mais deixando a função brilho adaptável ativada. Óbvio que você pode simplesmente aumentar manualmente, mas me peguei algumas vezes me preocupando em fazer uma cabaninha com as mãos para ver o que estava sendo reproduzido na tela.

Sobre o desempenho, o chip do Moto G8 deste ano, o Snapdragon 665, foi na verdade lançado no ano passado. De modo geral, não tive grandes problemas de travamento. A única questão com o aparelho é que a navegação em alguns apps de redes sociais não é tão fluida.

Em alguns momentos, eu colocava lado a lado o Twitter aberto no Moto G8 e no meu Pixel 3XL e mexia no feed da rede. No aparelho da Motorola ele dava uma engasgada, mas é aquilo: é possível usar normalmente, mas é perceptível a diferença quando se sai de um aparelho topo de linha para um de gama intermediária. Nenhuma novidade. Só um aviso para se alguém um dia for fazer esta transição.

Detalhe do leitor de impressão digital do Moto G8

Mimimis à parte, o desempenho do aparelho é satisfatório. Ele não chegou a ter travamentos. Como é comum com smartphones, costumo instalar joguinhos da moda para ver como eles se saem nos aparelhos. Os escolhidos desta vez foram Forza Street, Call of Duty Mobile e o viciante 8 Ball Pool.

O Forza Street roda bem depois de passar por um tempão de carregamento (me parece mais uma questão do jogo que do smartphone em si); quanto ao Call of Duty Mobile, o shooter rodou sem grandes problemas. Já o 8 Ball Pool, que é um game de sinuca bem leve e viciante, também não apresentou problemas. Aliás, vale pontuar aqui um recurso implementado pela Motorola que é o Modo Gametime.

É um sistema da Motorola que ajuda a desligar todas as notificações ou chamadas durante a jogatina — é possível também permitir a chamada de determinados números. Ele ainda tem um mecanismo que facilita tirar print durante algum partida. Toda vez que você abre um jogo o tal Gametime aparece na tela no formato de logo da Motorola.

Ao abrir um jogo pela primeira vez, ele abre o Moto Gametime e as configurações da função

A bateria de 4.000 mAh é uma adição muito bem-vinda à série, o que fez com que durasse o dia todo e sobrasse uns 20%. Neste tempo, usei Twitter (2h), WhatsApp (2h), Facebook (1h30m), joguei 8 Ball Pool por quase uma hora, além de navegar no Instagram (45 minutos) e assisti a alguns vídeos no YouTube (36 minutos). Importante ressaltar que boa parte do meu uso foi em rede Wi-Fi, já que em tempo de quarentena, só saía de casa para ir apenas ao mercado ou dar alguma volta pela rua para não enlouquecer.

Junto com o Moto G8, vem um carregador de 10W, que pode levar até 2 horas, indo de 8% a 100%. Porém, se você preza pela saúde da sua bateria e carrega até 80%, esse carregamento leva 1h30m mais ou menos.

Câmeras

Um dos diferenciais da edição deste ano é o conjunto de câmeras traseiras, que agora conta com quatro sensores. A saber:

Temos um padrão já na linha Moto G: as imagens tiradas com o aparelho ficam ótimas em ambientes bem iluminados, com cores vivas e ótima definição. Dos sensores, devo confessar que após um tempo testando dispositivos, passei a gostar bem da grande angular, pois permite captar uma área maior e possibilita fazer algumas fotos com uma pegada mais artística. Sobre o sensor macro, é interessante para fotos de detalhes bem de perto, mas não vi muita utilidade no meu dia a dia.

Os detalhes das selfies tiradas com o sensor de 8 MP são bem bons — a câmera conta ainda com um modo Beauty, que dá uma “alisada” na pele para reduzir imperfeições, uma série de filtros e o modo selfie em grupo, que permite captar mais gente, como se fosse uma foto panorâmica.

Se o seu negócio é imagens no modo retrato, o sensor da traseira de 16 MP faz bem seu papel. A câmera juntamente com o software conseguem recortar bem o objeto para poder desfocar o fundo. É interessante também que você pode configurar diferentes tipos de desfoque e ainda ajustar a abertura, para aumentar o reduzir a captação de luz da cena.

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Em um aparelho com tantas câmeras, só faltou ter um modo noturno, o que seria um diferencial bem interessante com a linha Moto G. No entanto, a marca deve manter a funcionalidade na série Moto One que, inclusive, deve em breve dar as caras com o Moto One Fusion.

Conclusão

Em um mundo com dólar alto e real bem desvalorizado, o Moto G8 já foi alvo de alterações de preço.

O curioso é que do lançamento até agora houve uma mudança drástica no preço. Ele começou com preço sugerido de R$ 1.299, mas agora é vendido na loja da Motorola por R$ 1.599 (este, inclusive é o mesmo preço de lançamento do Moto G7 de 2019). No varejo, você consegue achar preços menores, mas neste caso, não contaria com quedas tão drásticas no preço como as vistas em anos passados.

Câmera selfie do Moto G8 é bem mais discreta que a do G7. Crédito: Guilherme Tagiaroli/Gizmodo Brasil

Por fazer quase tudo relativamente bem, a crítica ao aparelho acaba sendo mais pelo que falta nele. Seria interessante ter um modo noturno de câmera, contar com proteção à prova d’água e um carregador mais rápido (eu ainda devo estar impactado pelo carregador de 45W do Moto One Hyper).

Especificações Moto G8

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