Tecnologia: quais mísseis o Irã usou para atacar Israel
Na última terça-feira (1), o Irã disparou entre 180 e 200 mísseis balísticos contra Israel, um ataque que eleva ainda mais as tensões no Oriente Médio. Após mais uma ofensiva, a comunidade internacional teme que a escalada do conflito resulte em uma guerra total na região.
Este não é o primeiro ataque realizado por Teerã neste ano. Em abril, em retaliação a um ataque israelense na embaixada iraniana em Damasco, capital da Síria, foram lançados dezenas de mísseis e drones contra o território de Israel. O novo ataque, no entanto, é ainda mais grave e preocupante.
A maior parte dos mísseis foi direcionada à capital Tel Aviv, onde foram registradas uma série de explosões. O espaço aéreo israelense ficou completamente restrito por cerca de uma hora. Nesse período, os moradores da região ficaram abrigados em bunkers subterrâneos para se defender dos ataques.
O Irã possui o maior arsenal de mísseis do Oriente Médio, com mais de 3 mil mísseis balísticos. O país é considerado uma das indústrias mais avançadas no que diz respeito aos mísseis de longo alcance, embora ainda utilize tecnologias consideradas defasadas em outras áreas de defesa. Veja vídeos do ataque iraniano contra Israel:
Arsenal iraniano contém mísseis com tecnologia sofisticada
Após análise de imagens dos locais atingidos, especialistas concluíram que o Irã utilizou algumas variantes do “Shahab-3” (“Meteoro-3” em persa) nos ataques.
O foguete com quase 17 metros de comprimento é uma espécie de base para todos os mísseis balísticos de médio alcance produzidos dentro do programa de defesa do país.
O míssil comporta uma ogiva que pode variar entre 760 Kg e 1.200 Kg. Ele pode ser lançado de plataformas móveis, construídas sobre veículos militares ou bases fixas.
Além disso, existem registros de que o “Shahab-3” vem sendo utilizado desde 2003. Porém, os usados no ataque contra Israel na última terça são versões mais modernas e sofisticadas.
Míssil hipersônico
O Irã já havia utilizado as variantes “Ghadr” e “Emad” nos ataques de abril, mas não foi só isso. O governo iraniano utilizou dois modelos ainda mais modernos: o Kheibar Shekan, que vem sendo utilizado desde 2022 e o Fattah. Este último, de acordo com o governo iraniano, é um míssil hipersônico capaz de viajar a velocidade Mach 5, ou seja, cinco vezes a velocidade do som.
O país projetou ambos os mísseis para “driblar” sistemas de defesa aérea e, por este motivo, possuem um sofisticado sistema que permite manobras no ar mesmo em velocidades hipersônicas.
No entanto, existe uma grande controversa em torno do Fattah. Isso porque especialistas não consideram ele como um míssil hipersônico por especialistas. A melhor descrição do foguete seria uma ogiva acoplada em um veículo de reentrada controlável. Isso permite que ele realize manobras durante o curso. Contudo, isso não o enquadra dentro dos requisitos para ser um míssil hipersônico.
Mesmo assim, ele é uma arma extremamente sofisticada considerando as limitações de desenvolvimento e acesso à tecnologia do Irã. E, sim, pode representar uma ameaça ao sistema antimísseis “Domo de Ferro” de Israel.