Ciência

El Niño tem pelo menos 250 milhões de anos, revelam cientistas

Os cientistas conseguiram analisar os efeitos dos fenômenos El Niño e La Niña nas condições primitivas do planeta.
Imagem: X/Reprodução

Ao estudar padrões climáticos antigos, cientistas descobriram que o El Niño existe há (pelo menos) 250 milhões de anos. Em um estudo publicado na última segunda-feira (21), cientistas da Duke University simularam o clima há 250 milhões de anos, revelando que os fenômenos El Niño e La Niña já existiam desde o período mesozoico.

Vale lembrar que, como informamos aqui no Giz Brasil, a extinção do Permiano-Triássico, há 252 milhões de anos, foi causada por um intenso El Niño. As informações são de um estudo publicado em setembro.

Agora, cientistas traçaram a origem do padrão climático El Niño-Oscilação do Sul (ENSO), revelando que o fenômeno surgiu quando os continentes eram bem diferentes.

Para desvendar a história de milhões de anos do El Niño, os cientistas usaram uma ferramenta de modelagem climática do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, da ONU, que prevê o clima do futuro.

No entanto, em vez de usar a ferramenta para projeções futuras, os cientistas realizaram simulações para estudar um passado mais remoto. A simulação do clima na Terra chegou há 250 milhões de anos.

No entanto, para reduzir o trabalho do modelo, os pesquisadores analisaram o clima da Terra em 26 simulações separadas que correspondem a 10 milhões de anos cada.

Com essas longas simulações, os cientistas conseguiram analisar os efeitos dos fenômenos El Niño e La Niña nas condições primitivas do planeta.

Durante o período Mesozoico na Terra, a América do Sul era parte do supercontinente Pangeia, então o El Niño ocorria no enorme Oceano Panthalassa.

Apesar dessas diferenças geográficas, os cientistas revelaram haver, de fato, oscilações do El Niño há 250 milhões de anos.

Como os cientistas descobriram existência do El Niño há 250 milhões de anos

“Os experimentos do modelo foram influenciados por diferentes condições de fronteiras territoriais, como distribuição de terra e mar, radiação solar e diferentes emissões de CO2”, afirmou Shineng Hu, co-autor do estudo.

Com as simulações, os cientistas identificaram dois fatores que impactaram a magnitude do El Niño: a estrutura térmica dos oceanos e os ventos atmosféricos.

De acordo com os pesquisadores, estudos anteriores deixaram de lado as análises sobre os ventos atmosféricos e sua influência na intensidade do fenômeno climático.

“Então, parte do foco do nosso estudo é que, além da estrutura térmica dos oceanos, precisamos prestar atenção ao ruído atmosférico e entender como esses ventos apresentam mudanças”, afirmou Hu.

Além disso, o estudo ressalta que é importante entender os antigos padrões climáticos da Terra para obter projeções mais precisas.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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