[Hands-on] OS X El Capitan: pequenas mudanças fazem uma grande diferença
Depois da mudança visual que o Yosemite trouxe aos computadores da Apple, não é surpresa que a atualização para laptops e desktops Mac deste ano seja um pouco mais tímida. O OS X El Capitan não é um salto para o futuro, mas é um passo, e ele traz pequenas melhorias boas o suficiente para uma atualização.
Venho usando o El Capitan há cerca de duas semanas, na prévia para desenvolvedores. O beta público será aberto este mês, caso você também queira testá-lo antes do lançamento oficial, mas eu não recomendaria instalá-lo na sua máquina principal. Abaixo você confere as minhas primeiras impressões desta atualização quase finalizada.
As novas funções
Uma das novidades é que você agora pode prender as janelas nas laterais da tela — da mesma forma que o sistema operacional da Microsoft faz — o que pode ser bem útil para quem tem monitores grandes. Isso pode ser feito através do Mission Control, ou usando atalhos por gestos, ou clicando e segurando no botão verde de maximizar:
Ainda não há muitos aplicativos que tiram proveito dessa novidade, mas isso deve mudar com o tempo. A função pode não ser particularmente útil para a forma em que você trabalha, mas apostamos que a maioria dos usuários do El Capitan vão aproveitá-la de algumas maneiras: o aplicativo Mensagens ao lado do Mapas, uma janela do navegador ao lado de um documento e por ai vai. É uma boa ideia, implementada de forma inteligente.
O Mission Control recebeu um visual mais limpo, com as áreas de trabalho disponíveis exibidas no topo da tela, além de novas habilidades para abrir um novo espaço rapidamente, abrir um app em tela cheia ou criar uma tela dividida. As janelas dos apps não são mais empilhadas como eram no Yosemite, mas ainda é possível deixá-las dessa forma fazendo algumas mudanças nas configurações.
Existem também outras pequenas mudanças: deslize o trackpad com os dois dedos para manter ou deletar emails no Mail; um novo widget de Buscar Meus Amigos no centro de notificações; e a habilidade de mover seus dedos ou o mouse rapidamente para fazer o cursor crescer e encontrá-lo de maneira mais fácil na tela. Não são grandes novidades, mas são todas projetadas para ajudá-lo a fazer mais em menos tempo.
Safari, Spotlight e Notas
O Safari continua a lenta, mas estável, marcha para recuperar sua relevância ao adicionar atalhos rápidos para silenciar abas barulhentas — uma função essencial para a internet de hoje, e uma função que o Chrome tem apenas em fase beta por enquanto — e ao trazer o recurso de fixar abas, que funciona de forma semelhante ao que já é feito no Chrome.
O Spotlight recebeu uma atualização de linguagem natural, tornando possível buscar por “emails do Chris em dezembro” ou “apresentações sobre dinheiro” — o El Capitan é inteligente o suficiente para entender o que você está buscando. Essa busca também funciona em outros aplicativos da Apple e no Finder, apesar de funcionar por tentativa e erro: é uma das poucas áreas do beta que parece precisar de mais ajustes.
O Spotlight estende suas buscas também para a web (buscando por esportes e clima, por exemplo) e começa a parecer cada vez mais como uma Siri para desktop. Com a Cortana chegando com o Windows 10 e o Google Now em praticamente qualquer lugar, a Apple sabe que precisa de uma assistente inteligente, seja ela online ou local, que entenda exatamente o que você busca para competir neste mercado.
O Notas recebeu a maior atualização de todos os aplicativos nativos, com suporte para links, fotos e outros tipos de arquivos, além da habilidade de adicionar mapas e listas caso necessário. Ele ainda não vai substituir o Evernote ou o OneNote, mas segue na direção certa (e é claro, sincroniza com o iCloud).
O Fotos também recebeu algumas atualizações, transformando-se em um formidável gerenciador de imagens: ele tem suporte para extensões de terceiros, funções de edição com metadados (inclusive de locais), e um sistema melhorado de reconhecimento de imagens. Tudo isto funciona bem no novo sistema operacional, e deveria ter existido desde sempre.
O Utilitário de Disco finalmente foi renovado, com uma interface muito mais limpa e um layout melhorado. O suporte a transporte público presente no Mapas para iOS também está disponível para o app do desktop (para as poucas cidades em que o app fornece informações). Como todo o resto do El Capitan, os aplicativos ficaram mais funcionais e mais intuitivos.
Estabilidade, velocidade, design
Os executivos da Apple gastaram uma grande parte da WWDC enfatizando as melhorias fundamentais de velocidade e estabilidade do El Capitan: atualizações que não vão te surpreender, mas te ajudarão a fazer mais coisas de maneira mais rápida com o seu Mac.
Avaliar melhorias de velocidade e estabilidade em um sistema beta não é muito justo, mas de acordo com a nossa experiência a Apple não está brincando — como um todo, o sistema parece mais rápido e robusto. Sim, vimos alguns bugs e falhas gráficas, mas elas são poucas e devem sumir até o lançamento final da plataforma.
A engine gráfica Metal vai do iOS para o OS X muito bem e deve tornar as experiências com jogos mais rápidas e intensas no Mac — além de um caminho mais fácil para programadores transportarem os jogos para o sistema da Apple.
Quanto à vida útil da bateria, não notamos muitas diferenças no nosso MacBook Pro Retina de 2013 — tivemos a impressão de ter mais bateria do que antes ao fim do dia, mas não pudemos fazer uma avaliação de antes e depois (e além do mais, o sistema ainda está em fase beta). A princípio a bateria parece melhorar, mas teremos que aguardar para ver.
A atualização também introduz a fonte San Francisco, mostrada pela primeira vez no Apple Watch. Leva algum tempo para se acostumar com ela, mas acreditamos que ela adiciona claridade e dá a OS uma sensação mais limpa. Mas ela é apenas uma fonte — você talvez não se importe com essa mudança.
O cata-vento do sistema — que aparece nos momentos em que o computador está pensando — é mais claro e tem um visual mais moderno, então é menos desagradável vê-lo na tela, e a barra de menu pode ser escondida, assim como o dock. De novo, pequenas mudanças que deixam o OS com cara nova.
A diferença do El Capitan
As melhorias feitas pela Apple existem para reduzir a sua dependência em qualquer coisa que não seja dela, como um plug-in para dividir a tela ao meio, o Evernote para tomar notas ou o Chrome para fixar abas. Todas essas funções parecem úteis e naturais, e não esperamos ver muita gente querendo voltar para o Yosemite.
Além disso, o sistema continua o trabalho do Yosemite de tornar o OS X cada vez mais parecido com o iOS. Ainda não existe nenhum sinal de a Apple querer fazer algo como o Windows 10, pensado para diferentes plataformas, mas ela está gradualmente tornando o OS X e iOS cada vez mais parecidos, seja visualmente ou por meio de funções.
A atualização é gratuita, e não deve haver muito debate sobre instalar ou não: o El Capitan é mais rápido, mais útil e mais confiável do que nunca. O usuário de Mac padrão talvez não note muitas das diferenças — além daquela fonte — mas os usuários experientes o suficiente para se adaptarem aos novos atalhos, ferramentas e funções vão descobrir que atualização traz muita coisa útil ao computador.