Microsoft acusa EUA de vazar informações sobre investigação de monopólio

Em uma solicitação enviada na última terça-feira (3), ao inspetor-geral da FTC (Comissão Federal de Comércio dos EUA), a Microsoft acusou o órgão de vazar informações à imprensa sobre a investigação de monopólio (antitruste).

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A investigação foi revelada pelo jornal Bloomberg no último dia 27 e chocou pelas informações. Agora, não é mais sobre a compra da Activision. É pior: a FTC investiga quase todas as divisões da empresa, desde os setores de computação em nuvem aos produtos de IA.

Obviamente, a matéria do Bloomberg foi o pivô para a Microsoft acusar o órgão dos EUA por vazar notícias sobre a investigação de antitruste.

Na última terça-feira (3), a Microsoft solicitou ao inspetor-geral da FTC uma investigação para identificar se as autoridades da comissão vazaram informações à imprensa.

Rima Alaily, conselheira-geral adjunta da Microsoft, acusou diretamente a diretoria da FTC de vazar detalhes do inquérito, violando o código de ética da própria agência dos EUA.

Além disso, em uma publicação em seu perfil no LinkedIn, Alaily publica o documento de solicitação de investigação. A executiva escreve que as informações da matéria do Bloomberg, “certamente, vieram de alguém da FTC”.

Alaily destaca que a matéria “parece consistente com uma infeliz tendência do FTC dos últimos dois anos de estrategicamente vazar informações confidenciais”.

Ela cita um relatório de setembro do Escritório do Inspetor-geral da FTC que identificou um “crescente volume de divulgações de informações confidenciais à imprensa sem autorização”.

“De volta para o passado”

A investigação da FTC reinstaura a atenção às práticas de mercado da Microsoft 25 anos após o governo dos EUA processar a empresa em um caso de antitruste envolvendo o monopólio do Windows.

À época, a justiça dos EUA processou a Microsoft por atrelar o sistema operacional ao navegador, o finado Internet Explorer, uma prática de monopólio segundo a lei antitruste dos EUA.

Similarmente, a investigação da Microsoft também foca na integração dos softwares do Microsoft Office com serviços em nuvem. O Microsoft 365, aliás, é uma junção do pacote Office com o OneDrive.

Além disso, problemas de cibersegurança, como o apagão deste ano, pioraram as coisas para a Microsoft.

Próximo governo dos EUA decidirá sobre o monopólio da Microsoft 

A solicitação da Microsoft para investigar se o órgão dos EUA vazou informações à imprensa é o mais recente exemplo da abordagem agressiva da empresa em casos de investigação de monopólio de suas operações.

Antes do governo dos EUA, Rima Alaily acusou o Google de lançar uma ação de astroturf para “descredibilizar a Microsoft perante autoridades de regulação de mercado, legisladores e público”. Astroturfing é uma tática de manipulação da opinião pública que se disfarça de movimento popular autêntico.

É importante lembrar que, em outubro, o Departamento de Justiça dos EUA considerou o Google um monopólio, solicitando o desmembramento de setores da empresa.

Em 2020, quatro das cinco big techs foram acusadas de monopólio pelo subcomitê de antistrute dos EUA. A única fora da lista foi a Microsoft.

Contudo, o jogo virou nos últimos dois anos. Além da aquisição da Activision, a pareceria com a OpenAI chamaram a atenção de órgãos regulatórios na Europa e nos EUA.

Por outro lado, a investigação de monopólio da Microsoft dependerá do novo governo de Donald Trump, que já se mostrou simpático às big techs.