O celular é um item indispensável na vida moderna, mas, além dos perigos digitais, pegar fogo é um dos riscos ocultos desses dispositivos. Apesar de raras, explosões de smartphones são uma realidade séria, com consequências graves que vão desde queimaduras a incêndios.
No último dia 8, por exemplo, uma jovem de 18 anos sofreu queimaduras de segundo grau após seu celular pegar fogo no bolso da sua calça. O episódio aconteceu em uma loja de Anápolis, em Goiás, e as câmeras de segurança do local registraram o momento.
O vídeo mostra a jovem correndo enquanto um rapaz tenta apagar as chamas. Veja:
Segundo o G1, a vítima sofreu queimaduras nas nádegas, mãos e braços, mas já recebeu alta hospitalar e passa bem.
O celular da jovem era um Moto E32, da Motorola, que ficou parcialmente derretido após pegar fogo. A Motorola emitiu uma nota afirmando que está em contato com a vítima para apurar os detalhes do incidente e analisar o aparelho.
“A empresa tem como prioridade a segurança dos seus consumidores e reforça que todos os seus produtos são cuidadosamente projetados e fabricados com os mais altos padrões de excelência em qualidade, sendo submetidos a testes rigorosos para oferecer um desempenho seguro para o consumidor”, diz a nota.
Além disso, a Motorola ressalta que a análise técnica do aparelho é essencial para descobrir o que fez o celular pegar fogo. Contudo, episódios anteriores apontam as principais causas por trás da explosão de um smartphone.
O que faz um celular pegar fogo?
As baterias de íon de lítio são as principais responsáveis quando um celular pega fogo. As fabricantes optam por essas baterias por terem uma alta densidade de energia, permitindo maior armazenamento de carga em um tamanho compacto.
Contudo, essa densidade de energia que pode fazer o seu celular superaquecer e, em casos extremos, pegar fogo. Além disso, um dos principais fatores que contribuem para um celular pegar fogo, além da bateria, é o calor excessivo.
Imagem: Samsung/Divulgação
As baterias de íon de lítio operam em um limite seguro de temperatura. Exceder esse limite pode gerar um processo perigoso chamado avalanche térmica. A avalanche térmica é uma situação que ocorre quando o calor gera reações químicas internas que, por sua vez, liberam ainda mais calor, aumentando a temperatura e a pressão na bateria.
A sobrecarga do celular é uma das causas mais comuns da avalanche térmica, sobretudo se o aparelho ficar no carregador por muito tempo após alcançar 100% de carga.
Além disso, a temperatura ambiente extrema, como a luz solar direta no celular, pode fazer o aparelho pegar fogo. Outros fatores incluem o uso excessivo, como jogar por muito tempo ou gravar vídeo, que demandam alto desempenho do processador e da bateria do celular, superaquecendo o dispositivo.
Danos físicos, como deixar o celular cair no chão, ou aplicar pressão, podem causar curtos-circuitos na bateria, aumentando a corrente elétrica e acelerando a geração de calor, aumentando o risco de pegar fogo.
Causas menos frequentes são defeitos de fábrica, que podem deixar a bateria naturalmente instável, aumentando o risco de pegar fogo. No entanto, um episódio notável é o caso do Galaxy Note 7.
Em 2016, a Samsung recolheu 2,5 milhões celulares Note 7 após vários usuários reportarem explosões do aparelho. Posteriormente, a Samsung admitiu que falhas de fabricação na bateria do Note 7 fizeram o celular pegar fogo.
Por fim, carregadores e cabos incompatíveis ou danificados podem entregar tensão e correntes elétricas erradas, resultando em superaquecimento da bateria e explosão potencial.
Desse modo, é importante saber como evitar os principais fatores que levam um celular explodir.
Como prevenir explosões de celulares
A primeira dica é óbvia, mas não tão fácil: ter cuidado com o uso e manejo do celular e seus acessórios. O cuidado é essencial para o aparelho não correr o risco de pegar fogo.
Imagem: Pixabay/Divulgação
Sempre use o cabo e carregador original do celular, ou substitutos autorizados pela fabricante. Ou seja, evite alternativas baratas de marcas desconhecidas que podem não se adequar aos padrões de segurança.
Evite sobrecarregar o celular, mesmo com a proteção de carga presente na maioria dos aparelhos modernos. Além disso, manter o aparelho na temperatura ambiente ideal é uma ótima forma de prevenir explosões.
Também é importante prevenir danos físicos. Para isso, use um case resistente a impactos de quedas, evite sentar no celular, ou colocá-lo sob o travesseiro e monitore a saúde da bateria.
O que fazer se o seu celular pegar fogo
Apesar de raro, o risco de um celular pegar fogo existe. Portanto, é fundamental saber o que fazer caso tal incidente ocorra.
Empresas de segurança do trabalho e de testagem de bateria, recomendam as seguintes estratégias:
Se afaste do dispositivo: no momento em que o celular pegar fogo, se afaste imediatamente do aparelho para evitar queimaduras ou exposição à fumaça tóxica de lítio
Não pegue o celular: após a explosão, o celular pode ficar quente por um bom tempo, ou conter materiais perigosos. Use luvas ou objetos que não conduzam energia para manejar o celular caso necessário
Apague o fogo: se possível, tente apagar o fogo rapidamente, usando mangueiras ou extintores. Em 2024, 6% dos incêndios em residências nos EUA foram causados por celulares que pegaram fogo.
Procure ajuda médica: se você estiver com o celular nas mãos ou no bolso quando ele pegar fogo, as chances de queimadura são altas. Caso ocorra, busque ajuda médica imediatamente, independente do grau das queimaduras.
Contacte a empresa: reportar o incidente é importante para a empresa fabricante do celular investigar o que fez o celular pegar fogo, além de fornecer outro aparelho.
Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.
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