O Google está de olho na Fitbit e seus dados de atividade física
Parece que o Google está se preparando para entrar de cabeça no ramo de vestíveis. Tanto a Reuters como a CNBC estão reportando que a Alphabet, subsidiária dona do Google, fez uma oferta para comprar a Fitbit, empresa que faz pulseiras e relógios inteligentes.
De acordo com a Reuters, que inicialmente publicou a notícia, as negociações ainda não terminaram —e ainda não está claro quanto a Alphabet está disposta a pagar. Dito isso, a CNBC informou que as ações da Fitbit cresceram 27% após a divulgação das negociações, atingindo um valor de mercado de US$ 1,4 bilhão.
O Gizmodo entrou em contato com a Alphabet e a Fitbit, e as duas companhias não quiseram comentar a negociação.
As notícias não são são surpresa, se você estiver prestando atenção no mercado de pulseiras medidoras de atividade física e smartwatches. Embora a Fitbit vá muito bem nos EUA com suas pulseiras — de modo que o termo Fitbit virou quase um sinônimo para a categoria — a companhia não vai tão bem assim com smartwatches. A empresa pagou uma grana pela Pebble no fim de 2016, mas o Ionic, seu primeiro smartwatch, era um pouco sem brilho. E enquanto a Fitbit obteve maior sucesso com seu segundo smartwatch, o Versa, a Reuters relatou no mês passado que a Fitbit considerava uma venda após um corte na previsão de receita de 2019, devido parcialmente às vendas decepcionantes do Versa Lite Edition.
Enquanto isso, o Google vem ampliando discretamente o seu “capital” no ramo de smartwatches. No início do ano, a empresa comprou a divisão de tecnologia da Fossil por US$ 40 milhões, além de uma parte da sua equipe de desenvolvimento e pesquisa.
Antes do evento Made by Google deste mês, havia muitos rumores em torno de que o Google finalmente lançaria o aguardado Pixel Watch. No fim das contas, isso não aconteceu, mas o Google fez muito barulho sobre “computação ambiental” — a ideia de que você deve acessar os serviços do Google onde quer que esteja — no próprio evento. Um smartwatch se encaixa perfeitamente nessas ambições.
Neste ponto, no entanto, o Google fica muito atrás de concorrentes como Apple e Samsung no que diz respeito ao software do smartwatch. Apesar de muitas melhorias no passado e da Qualcomm finalmente atualizar o chip Snapdragon Wear 3100, o Wear OS ainda não é ótimo. Não é como se o Fitbit OS fosse tão robusto, mas a Fitbit tem algo que o Google definitivamente quer: muitos e muitos dados de condicionamento físico.
É claro que a Apple tem muitos dados graças ao Apple Watch — e definitivamente obterá mais com os próximos estudos de saúde da companhia —, mas a Fitbit está no jogo há muito mais tempo. Além disso, no final de 2018, a empresa tinha 27,6 milhões de usuários ativos.
No topo de uma base de usuários leais, há também muitos dados abrangendo informações demográficas, métricas de saúde como frequência cardíaca e dados de sono, além de informações mais sensíveis, como quando uma mulher menstruou pela última vez ou seu último encontro sexual. Além do fato de a Fitbit ter adicionando recentemente recursos de assistente de voz via Alexa no Versa 2, não é difícil imaginar trocá-lo pelo Google Assistente.
Embora tenha havido relatos de que o Pixel Watch pode acabar sendo um híbrido-analógico, possivelmente seria mais fácil para o Google desenvolver com a tecnologia da Fitbit e da Pebble do que construir um a partir do zero em uma plataforma que ninguém realmente parece amar (Desculpe, Wear OS, mas é a realidade).
Teremos que esperar e ver como tudo isso acontece, mas se a Alphabet realmente comprar a Fitbit, o Pixel Watch poderá parecer um pouco mais familiar do que se pensava inicialmente.