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Coisas que rolaram em 2018 e que ainda devem ter destaque em 2019

O ano está acabando mas algumas histórias que rolaram em 2018 ainda devem dar o que falar em 2019. Separamos aqui alguns dos temas que ainda devem render um caldo no próximo ano e que devemos ficar de olho. Guerra comercial EUA vs. China A relação entre Estados Unidos e China entrou em crise neste […]

O ano está acabando mas algumas histórias que rolaram em 2018 ainda devem dar o que falar em 2019. Separamos aqui alguns dos temas que ainda devem render um caldo no próximo ano e que devemos ficar de olho.

Guerra comercial EUA vs. China


A relação entre Estados Unidos e China entrou em crise neste ano. O presidente dos EUA, Donald Trump, alega que a balança comercial entre dois países é injusta e tem aplicado taxas mais pesadas sobre produtos chineses. A China, por sua vez, não assistiu calada e retribuiu os impostos. A guerra comercial teve uma trégua, mas as negociações não têm sido das mais amistosas.

Você deve se lembrar, por exemplo, que uma executiva da Huawei – gigante de telecomunicações chinesa – foi presa no Canadá a mando dos EUA por suspeita de infringir embargos ao Irã. Ela já saiu da prisão após pagar uma fiança milionária, mas algumas autoridades chinesas acreditam que sua detenção foi uma espécie de demonstração de poder dos americanos, que poderiam usá-la como moeda de troca.

A Huawei, inclusive, tem sido constantemente acusada (sem muitas provas) de que é uma ameaça à segurança nacional de aliados dos EUA, com a desculpa de que a companhia pode colaborar com o governo chinês em casos de espionagem. A ZTE, outra grande companhia chinesa, sofre com as mesmas alegações.

Falando em espionagem, a SuperMicro, fabricante de placas-mãe chinesa, sofreu grande pressão após a Bloomberg afirmar que seus componentes estavam infectados com um microchip espião. Os equipamentos da companhia eram utilizados por agências governamentais americanas e grandes empresas incluindo Apple e Amazon. Uma auditoria independente feita a mando da SuperMicro revelou que não há indícios de microchip espião, mas o estrago já foi feito.

Essa briga não deve terminar tão cedo e podemos ver até mesmo uma escalada na chamada guerra fria tecnológica. Ambos os países devem medir forças no campo da ciência e tecnologia, conforme apontamos aqui.

Questão ética sobre modificação genética de bebês


Continuando com a China em pauta, outro assunto que deve render bastante é a modificação genética humana, principalmente envolvendo bebês. O cientista chinês He Jiankui afirma ter criado as duas primeiras bebês geneticamente modificadas este ano, mesmo sem a aprovação expressa de sua universidade – basicamente, ele fez o experimento de forma clandestina.

O cientista usou a ferramenta de edição de genes CRISPR/Cas9 para modificar embriões humanos, na esperança de torná-los resistentes ao HIV. Segundo ele, o pai é portador do vírus, mas as filhas nasceram saudáveis e imunes. Críticos dizem que ainda é muito cedo para julgar.

O caso gerou um baita rebuliço na comunidade científica e Jiankui está desaparecido – a suspeita é que o governo chinês tenha o prendido.

A modificação genética deve avançar nos próximos anos e, uma hora ou outra, deve ser aplicada em humanos. A maior parte da comunidade, no entanto, diz que era muito cedo para esse tipo de aplicação e que ainda não temos dimensão dos efeitos colaterais que a modificação genética pode ter.

Assunto para se acompanhar de perto.

Proliferação de exames de DNA deve ajudar a resolver mais crimes e avançar no combate a doenças


Os sites de testes genéticos como 23andMe e MyHeritage ficaram bastante populares nos últimos dois anos graças a proposta de revelar a ancestralidade dos usuários. Essas companhias estão acumulando uma base de dados interminável de material genético e isso já ajudou a polícia dos Estados Unidos a desvendar um crime.

Trata-se do caso de Joseph James DeAngelo, suspeito de ser o assassino de Golden State, procurado há 40 anos. Ele teria sido responsável por pelo menos 12 assassinatos e 50 estupros entre 1976 e 1986.

Para encontrá-lo, investigadores na Califórnia usou amostras de DNA coletadas de cenas de crime para criar um perfil genético do suspeito. Em seguida, vasculhou as árvores genealógicas online, procurando por parentes do assassino de Golden State. Em 2019, o método deve ser usado mais vezes.

Mas não só para a solução de crimes que esses testes devem ser utilizados. Cientistas devem investir na pesquisa dos dados genéticos para combatem doenças e encontrar respostas para muitas questões médicas e genéticas da humanidade.

Carros autônomos


Este não foi um ano ideal para os carros autônomos, mas de uma maneira ou de outra, sabíamos que uma hora iria acontecer: tivemos o primeiro acidente fatal envolvendo um veículo do tipo.

O caso aconteceu em março, quando um atropelamento por um carro autônomo do Uber em Tempe, no Arizona, resultou na morte de Elaine Herzberg, mulher de 49 anos que atravessava a rua de bicicleta quando foi atingida pelo veículo do Uber.

Segundo relatórios divulgados pela polícia de Tempe em junho, o acidente era “completamente evitável”. Dados de celular obtidos pelas autoridades sugerem que a operadora de teste do veículo da Uber também estava assistindo por streaming a um episódio de The Voice no momento da fatalidade.

A polícia apontou também que os veículos autônomos da Uber não alertavam os operadores sobre quando assumir o controle de seus carros. A investigação ainda está em andamento, mas outras informações preliminares também dão conta de que o sistema de freio de emergência pode ter falhado, mesmo com o carro tendo visto Elaine.

Os testes com os veículos autônomos do Uber foram interrompidos, mas voltaram nesse fim de ano. O ano que vem, portanto, deve ser crucial para a tecnologia; devemos ver mais avanços e ficaremos na torcida para que fatalidades como essa sejam evitadas.

Funcionários de empresas de tecnologia putos com suas empresas


Os funcionários das grandes empresas de tecnologia demonstraram força e coragem em 2018. No Google, milhares de funcionários do Google ao redor do mundo fizeram um protesto pelo fato de a empresa não ter lidado de forma apropriada com acusações de assédio sexual. A companhia prometeu melhorar.

E não foi o único caso na empresa; diversas pessoas deixaram seus cargos após não serem ouvidos a respeito de um contrato com o governo que envolvia uma inteligência artificial para um controverso programa militar conhecido como Project Maven. As insatisfações dos funcionários iam desde preocupações éticas em particular a respeito do uso de inteligência artificial em drones bélicos a questões mais amplas sobre as decisões políticas do Google. A pressão deu certo e a companhia abandonou a parceria.

O desenvolvimento de um motor de buscas específicos para a China, com resultados censurados, também foi alvo de protestos internos. Mais de 600 funcionários do Google estão exigindo o fim do projeto Dragonfly, como é chamado. Os funcionários que criticaram o projeto na carta publicada no Medium nesta semana se alinharam com grupos de direitos humanos que levantaram preocupações sobre a censura e a vigilância do projeto, bem como a potencial implicação de sua adoção.

O Google não foi o único, no entanto. A Amazon também sofreu pressão dos funcionários, que pediram para que a companhia cancelasse contratos com agências do governo dos EUA – mais especificamente o encerramento da venda do Rekognition, o sistema de reconhecimento facial da empresa, para o governo dos EUA, e o rompimento do contrato da Palantir, uma empresa de mineração de dados, que utiliza seus serviços na nuvem. Os funcionários da Amazon citavam como motivo para interrupção de contrato a política de tolerância zero da presidência dos Estados Unidos nas fronteiras do país, o que resultou em milhares de crianças sendo separadas dos seus pais.

Funcionários da Microsoft também se levantaram contra decisões da empresa nesse sentido. Eles pressionaram a liderança para cancelar um contrato com o Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos EUA (ICE, na sigla em inglês), uma reação contra a política da agência de separar crianças de suas famílias na fronteira dos Estados Unidos.

Huawei no Brasil


A Huawei vende smartphones em todos os países da América do Sul, menos o Brasil. A companhia, no entanto, acenou uma entrada no País por meio de uma parceria com a Positivo, mas deu para trás e os planos iniciais aparentemente foram cancelados.

O último posicionamento da Huawei foi genérico mas não descartou a vinda para o Brasil. Segundo a companhia “[…] o Brasil é o quarto maior mercado de smartphones no mundo em número de unidades embarcadas. Baseados nas oportunidades de negócios, continuaremos a estudar o mercado e avaliar os melhores produtos e experiências necessárias para atender à demanda e expectativas dos brasileiros”.

Já a Positivo disse que “estava discutindo se iria participar e como será sua eventual entrada [da Huawei] no Brasil”.

A chegada da marca chinesa poderia dar uma balançada no mercado local, dada a qualidade dos últimos dispositivos. A história não terminou em 2018 e deve render mais notícias no próximo ano.

Vazamentos mil


Aparentemente, 2018 foi o ano do vazamento no Brasil. Rolaram vários: Banco Inter, Sky, Fiesp, C&A, maquininhas Stone, entre muitos outros.

A LGDP (Lei Geral de Proteção de Dados) está aí, mas só deve começar a valer mesmo em 2020.

De qualquer maneira, a preocupação dos usuários em relação a segurança e privacidade de seus dados pessoais parece estar aumentando e as empresas devem começar a olhar com mais cuidado para a área de cibersegurança.

Fica a torcida para que não tenhamos tantos vazamentos em 2019.

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